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Meta dá calote em desenvolvedor por levar app para o Vision Pro

Vanity Fair
Tim Cook e Mark Zuckerberg

Apesar de criticar a Apple pelo seu ecossistema fechado e suas implicações para o metaverso no futuro, a Meta pode não ser tão aberta quanto faz parecer. É isso, ao menos, que mostrou uma situação com um desenvolvedor envolvendo a exclusividade de um aplicativo para o headset da empresa.

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No final de setembro, a companhia lançou a terceira geração do Quest, o seu novo headset de realidade mista, durante o evento Meta Connect. O que não se sabia até então é que, entre as demonstrações do produto, deveria ter sido exibido um app para o dispositivo chamado AEI Fitness, desenvolvido pela Immersive Inc. (liderada por Andre Elijah) em parceria com a empresa e com a marca de acessórios fitness Alo Yoga.

O AEI Fitness consiste em um app de realidade virtual com avatares de instrutores que ensinam posições de ioga, pilates e outras técnicas de bem-estar. Seria, para a Meta, uma forma de mitigar o problema de falta de apps na sua plataforma de realidade virtual/aumentada, adicionando mais uma opção para atrair usuários… exceto por um detalhe.

De acordo com a Bloomberg, o software foi cortado do evento e basicamente dos projetos da empresa como um todo. O motivo dessa mudança de rota foi o desenvolvedor ter começado conversas com a Apple e com a ByteDance para que o seu app também tivesse versões para os headsets das companhias, além de ser disponibilizado para o Meta Quest.

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A punição imposta pela companhia de Mark Zuckerberg foi severa, incluindo até mesmo um calote. Elijah alegou ter trabalhado exaustivamente no projeto e que, em meio à criação, a Meta resolveu cancelar o desenvolvimento e não pagou a ele o restante da quantia acordada pela criação do app. Ele havia recebido cerca de US$1,5 milhão, tendo faltado o pagamento de US$3,2 milhões.

Processo contra a Meta

Diante dessa situação, o desenvolvedor processou a Meta e a Alo, baseando a sua argumentação em questões de regulação da competição. Para ele, a retirada do app do headset da Meta representaria uma redução da inovação, da qualidade e da escolha, além de menos estímulo para competição entre os desenvolvedores mais talentosos e preços potencialmente mais altos de apps fitness em VR.

Além do restante do pagamento acordado, ele está pedindo, com a ação, o pagamento de US$323 milhões em danos antitruste, violações contratuais e outras questões. Ele, porém, não deixou claro se o contrato que tinha com a Meta permitia, proibia ou era omisso quanto ao lançamento do app em outras plataformas, embora se possa imaginar que não havia proibição, considerando os termos do processo.

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Entre as alegações do caso, Elijah afirmou que tanto a Apple quanto a Pico, da ByteDance, concordaram em lançar versões do app para o Vision Pro e para o headset da outra empresa nos próximos anos. Ele disse também que o mercado de apps fitness VR teria um valor de US$16,4 bilhões e que cresceria mais US$109 bilhões nos próximos 7 anos, tornando a conduta da Meta ainda mais grave.

Desse modo, para o desenvolvedor, as condutas “anticompetitivas e abusivas” da Meta tiveram o objetivo de destruir o seu app, considerando a importância da companhia no mercado de apps VR. Segundo o advogado da empresa que fez o app, o resultado do processo determinará o futuro da criação. A Immersive, como lembrado pela Reuters, descreveu-se como novata no mercado de fitness VR.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a Meta é enquadrada em razão de práticas potencialmente anticompetitivas. A Fair Trade Commission (órgão regulador antitruste e do mercado dos Estados Unidos) já tentou impedir — sem sucesso — a compra da Within Unlimited por parte da companhia, que coincidentemente também faz treinos fitness. Ela, porém, acabou sendo efetivada.

O caso [PDF], de número 5:23-cv-05159-NC, foi iniciado na Corte Distrital do Distrito do Norte da Califórnia.

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