A Canalys divulgou hoje uma pesquisa sobre o mercado latino-americano de computadores e tablets, o qual tem sofrido com as consequências da inflação galopante da região nos últimos tempos. Referentes ao segundo trimestre de 2022, os dados dão destaque para o Brasil, que teve boa parte de suas vendas lideradas pelo setor da educação.
Segundo as estimativas da firma, o mercado de desktops, notebooks e estações de trabalho da América do Sul caiu 6% em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 5 milhões de unidades vendidas. Desses, os desktops foram os que se saíram melhor, mantendo-se estáveis na casa dos 850 mil aparelhos comercializados, enquanto os notebooks caíram 7% (4,2 milhões de unidades) e os tablets, 30% (1,4 milhão de unidades).
O Brasil, o maior mercado da região, viu uma queda de 26% nas vendas em decorrência da sua inflação que, no segundo trimestre, bateu os maiores indicadores em quase três décadas. Boa parte das vendas no país, como dito, vieram do setor da educação, passando das 200 mil unidades — um aumento de 76% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Esse crescimento, de acordo com a Canalys, é uma consequência do forte investimento de governos locais para distribuir computadores para alunos da rede pública — coisa que se intensificou durante a pandemia. O mercado nacional de Chromebooks foi o maior beneficiário dessa política, com um crescimento de mais de 1.300%.
A chinesa Lenovo aparece na liderança do mercado latino-americano de desktops e notebooks, fechando o período com um pouco mais de 1,06 milhão de aparelhos vendidos — uma queda de 12%. A americana HP vem logo atrás com números bastante parecidos (1,05 milhão), embora tenha sofrido uma queda um pouco maior, de 15%.
A Dell, por sua vez, fecha o Top 3 como a única empresa a registrar um aumento nas vendas nesse setor (6,5%), totalizando pouco mais de 1 milhão de computadores comercializados. Acer e ASUS aparecem logo atrás com 438 mil (-9,1%) e 326 mil (-8,4%) computadores vendidos, respectivamente.
A Apple só aparece nas listas da Canalys quando o assunto é o mercado local de tablets, figurando no terceiro lugar com cerca de 176 mil unidades vendidas (-1%). A lista volta a ser liderada pela Lenovo, que aparece com 430 mil (+2%) tablets vendidos no segundo trimestre. A Samsung vem logo atrás, com 285 mil unidades (-1,6%).
Na quarta posição está a brasileira Multilaser, que conseguiu vender 84 mil (-17,1%) tablets no período compreendido pela pesquisa. A TCL fecha o Top 5 com 82 mil unidades (-80,6%).
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