Shaw Wu, analista da Kaufman Brothers, disse hoje em declaração direcionada aos investidores que as mudanças nas regras contábeis norte-americanas poderão até trazer um impacto positivo nas práticas da Apple, mas ele acredita que não mudará a forma como investidores profissionais lidam com a empresa.
Para Wu, o valor real das ações da Apple estaria baseado essencialmente no seu fluxo de caixa em vez de como ela lida com os princípios contábeis, usualmente aceitos para declarar os ganhos. No entanto, ele reconhece que uma nova postura do FASB traria uma maior transparência na contabilidade da venda de produtos como o iPhone e a Apple TV, que teriam seus valores refletidos de modo mais apurado.
Outros beneficiados com as novas regras seriam o iPod touch e o AirPort Extreme, cujos donos teriam a possibilidade de atualizar os firmwares gratuitamente, como acontece atualmente com o iPhone. Quem explica bem os motivos dessa cobrança é Chris Foresman, em um artigo publicado no Ars Technica.
Foresman diz que a Apple queria oferecer atualizações sem custo aos donos de iPods touch, mas uma regra relativa ao Ato Sarbanes-Oxley — conhecida como “contabilidade de subscrição” — determina que os itens que recebem mudanças significativas após a venda, como uma atualização de firmware, são obrigados a contabilizar o lucro obtido no decorrer de um certo período de tempo. No caso do iPhone, ele dura cerca de dois anos, que é o tempo médio de contrato com a operadora.
O reverso dessa situação prejudica o iPod touch: como a Apple decidiu declarar os lucros obtidos com a venda do produto, ela não poderá, por lei, adicionar nenhuma modificação significativa sem que sejam cobradas algumas taxas.
Wu alerta que a mudança irá exigirá tempo para ser compreendida e aceita, mas que a partir do instante que for usada, ela facilitará a vida de quem tem interesse em investir em empresas de tecnologia.
[Via: AppleInsider.]