No ano passado, período esse em que a Apple finalmente trouxe as telas com altíssima resolução (aka Retina) para a sua linha de notebooks, uma frase um tanto impactante foi repetida por diversas vezes e se tornou até slogan do então lançamento da Maçã: “The world’s highest resolution” — em claro português, “A mais alta resolução”.
Logo em seguida, ao apresentar a versão menor e mais acessível do mesmo modelo, a tela foi classificada como a segunda maior resolução. Desta forma, a linha MacBook Pro tinha tanto o título de “primeira” quanto de “segunda” maior resolução e tudo parecia muito bem.
Todavia, vivemos no mundo altamente rápido e tecnológico, e as concorrentes não deixariam barato; elas agiriam o mais rápido possível para tomar o título da Maçã. Nas últimas semanas, o Google introduziu o Chromebook Pixel, um computador que, diferentemente do MacBook Pro com tela Retina, não visa exatamente o público mais profissional e sim aqueles que desejam ter uma tela bem nítida mas, ainda sim, com um hardware razoável.
Além de ter 4,3 milhões de pixels em uma tela de 12,85 polegdas (239ppi — mais que os 220-227ppi dos MacBooks Pro Retina), o notebook do Google tem outro diferencial: uma tela sensível ao toque. Particularmente, detesto esse tipo de interação pois acredito que ela não funciona muito bem em telas de computadores, já que temos que ficar com o braço estendido — opinião esta que a Apple também compartilha.
Sou um feliz dono de um MacBook Pro Retina de 15 polegadas e tenho um enorme problema com marcas na tela provenientes de toques acidentais. Imagine se ela fosse touch?! Além disso, o trackpad já é mais do que suficiente para esse tipo de interação, na minha opinião.
Ainda assim, vale lembrar que “tela Retina” não se trata apenas do número de pixels e da resolução e sim de um nome utilizado/registrado pela Apple que descreve todo um contexto de qualidade de imagem (contrastes, saturação, etc.) e de tecnologias presentes que, juntas, formam uma das melhores telas que conhecemos.
Parece que a guerra dos números — antes presente no mundo das câmeras digitais — migrou para a resolução de telas, seja de smartphones ou de computadores. Porém, assim como na disputa por quem tem mais megapixels, ter uma tela com uma resolução maior não significa necessariamente ter a melhor tela. A regra aqui é a mesma de sempre: passar em uma loja e tentar colocar as mãos nessas máquinas, comparando a qualidade e vendo se a realidade condiz com o que é anunciado.
O Chromebook Pixel ainda não é comercializado no Brasil, mas a Apple já tratou de alterar o o site do MacBook Pro excluindo as mensagens que abordavam uma superioridade em resolução.
[via 9to5Mac]