O melhor pedaço da Maçã.

Para Phil Schiller, dispositivos como Amazon Echo e Google Home não fazem muito sentido sem uma tela

Phil Schiller, chefão de marketing da Apple, esteve recentemente em Bangalore (na Índia) por conta da abertura da aceleradora de apps que a Maçã construiu por lá — desde dezembro de 2015, vale lembrar, o executivo é responsável também pelas lojas de aplicativos.

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Em sua passagem pelo país, Schiller foi entrevistado pelo site Gadgets 360 e compartilhou algumas informações interessantes que podem (des)agradar alguns usuários.

Upgrades pagos na [Mac] App Store

Um dos assuntos abordados na entrevista foi a questão de upgrades pagos de aplicativos tanto na App Store quanto na Mac App Store. Perguntado se algo assim poderia chegar algum dia às lojas, Schiller deixou claro que esse modelo de negócios não faz mais parte dos planos da Apple — e deu motivos para isso. Motivos estes que nós até já abordamos aqui no site, em 2013, mas que continuam basicamente os mesmos.

Mac App Store no MacBook Air

Nas palavras de Schiller, trata-se de um modelo de negócios que faz bastante sentido para um grupo de pessoas, mas que não faz para a grande maioria dos consumidores das lojas de apps. Uma das coisas que faz a App Store ser esse sucesso é a sua simplicidade — implementar um sistema como esse poderia confundir consumidores. Além disso, Schiller acredita que o modelo de negócios de assinatura (seja ele mensal, trimestral, semestral ou anual) é algo bem mais interessante atualmente do que upgrades pagos.

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De forma resumida: a Apple não acredita mais que upgrades pagos sejam um caminho interessante para a maioria dos seus clientes e optou por não oferecer algo assim. Se isso um dia mudar, quem sabe a companhia trabalhe para oferecer.

O mercado dos dispositivos de assistentes virtuais

Todavia, o papo esquentou mesmo quando o assunto pivotou para os dispositvos de assistentes virtuais, como o Amazon Echo e o Google Home. A pergunta foi bem simples (o que Schiller pensava sobre esses dispositivos), contudo, como estamos diante de uma avalanche de rumores que cobrem justamente a possibilidade de a Apple lançar um aparelho focado essencialmente na Siri, qualquer coisa comentada por um executivo do alto escalação da Maçã pode ser um indicativo (seja para “confirmar” ou “negar” a intenção da empresa em lançar algo assim).

Amazon Echo vs. Google Home

E para que eu não distorça absolutamente nada sobre a declaração dele, prefiro deixar aqui exatamente as palavras de Schiller para você tirar as suas próprias conclusões:

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Bem, eu não vou falar de um especificamente, [eu] não quero. Minha mãe costumava ter um ditado que dizia “se você não tem algo de bom para dizer, não diga nada”. Então, em vez disso, vamos resumir a conversa apenas brevemente a alguns dos conceitos gerais e falar sobre isso, porque é realmente interessante.

Primeiramente, há muita conversa na indústria sobre assistentes virtuais por voz e acreditamos profundamente nisso, é por isso que investimos na Siri; mas há interesse em somente assistente de voz, onde não há tela, e nós pensamos que é importante que haja momentos em que é conveniente simplesmente usar a sua voz quando você não conseguir usar a tela. Por exemplo, se você está dirigindo [e] quer que a Siri faça o trabalho, sem que você precise olhar para a tela — é a melhor coisa. Ou, talvez, você esteja do outro lado da sala e quer pedir à Siri para mudar a música que você estava ouvindo — você não tem que andar para lá e para cá [e você pode usar Siri, em vez disso].

Então, há muitos momentos em que uma assistente de voz é realmente benéfica, mas isso não significa que você nunca irá querer uma tela. Então a ideia de não ter uma tela, eu não acho que se adapte a muitas situações. Por exemplo, se eu estou procurando direções e estou usando o Maps, o Siri pode me dizer essas instruções por voz e isso é realmente conveniente, mas é ainda melhor se eu puder ver esse mapa e ver o que está acontecendo, onde há congestionamento… eu entendo melhor o meu caminho e o que eu devo fazer.

Ou, por exemplo, em fotografia, uma das razões mais populares para os nossos produtos agora é fotografia, e fotografia exige uma tela. Assim, a ideia de um dispositivo sem uma tela não é realmente útil para toda essa categoria de fotos que todos nós compartilhamos. E todos os aplicativos de redes sociais que agora estão abraçando fotos cada vez mais… não funciona realmente bem em assistentes de voz.

A maior categoria de todos os aplicativos é a de jogos, e eu ainda estou para ver algum jogo com base em voz que seja tão divertido como os que eu jogo na minha tela. Então eu acho que as assistentes de voz são incrivelmente poderosas, que a inteligência crescerá, que elas vão fazer mais por nós, mas que o papel da tela vai continuar sendo muito importante para tudo isso.

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Concluiu? Se me permite, eu sim. Das duas, uma: ou esse tal novo dispositivo da Siri criado pela Apple terá não apenas bons alto-falantes mas também uma tela, ou a empresa realmente acredita que o caminho é colocar a Siri em *todos* os seus dispositivos (iPhone, iPad, Mac, Apple Watch e Apple TV), tornando a experiência de interagir com a assistente algo quase que onipresente (e sempre com uma tela disponível, caso você queira).

Agora, se o discurso do executivo bate com as ações da empresa, bem… essa é outra história — e nós temos tudo para confirmar isso muito em breve.

[via AppleInsider]

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