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Executivo da AMD envolve Apple em ataque contra a Intel

Apple Logo Pro

Ao ser entrevistado por telefone, Tom McCoy, vice-presidente sênior de casos legais da Advanced Micro Devices (AMD), citou a Apple enquanto falava sobre a multa bilionária aplicada à Intel pela União Europeia recentemente. Segundo ele, o acordo firmado entre as duas empresas há quatro anos dá direitos de exclusividade para a Intel na produção de chips para os desktops, notebooks e servidores da Maçã, o que em termos práticos também seria considerada uma prática ilegal.

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AMD e Intel

Ele acredita que esse acerto prendeu a Apple à Intel em troca da ajuda técnica para portar o Mac OS X e todas as tecnologias que estavam por trás dos Macs da época, impossibilitando-a de procurar outras fabricantes de processadores dentro da arquitetura x86 para contratos de venda de chips a serem usados em seus computadores. “Esse acordo não durará para sempre e, quando ele terminar, nós teremos uma chance de competir pelos negócios da Apple quando ela estiver pronta”, disse ele. A Intel negou as palavras do executivo.

Esta não é a primeira vez (PDF, 161KB) que a AMD tenta atacar a Intel sobre pequenas práticas ilegais de monopolização de mercado. Em 2005, um mês depois do anúncio feito pela Apple da transição para processadores Intel, ela fez um ataque envolvendo a Dell, que na época só produzia computadores dentro de um acordo de exclusividade com a turma da Intel. Convenientemente ou não, pouco tempo depois surgiram os primeiros PCs Dell com chips da AMD.

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Levando em consideração a versão da Apple sobre a transição PPC/Intel, essas palavras de McCoy não fazem nenhum sentido. No anúncio feito por Jobs em junho de 2005, foi deixado claro aos desenvolvedores presentes na Worldwide Developers Conference daquele ano que a decisão de mudar para Intel foi tomada com base em aspectos técnicos e comparações do roadmap dela com o da IBM. As palavras de Jobs — que você pode ouvir neste vídeo, se quiser — foram as seguintes:

Nós temos ótimos Macs PowerPC hoje e temos muitos outros prontos para lançar no mercado. Mas ao olharmos para a frente, imaginamos produtos maravilhosos para nossos clientes. E não teremos como produzi-los usando o roadmap futuro dos PowerPC.

Talvez McCoy esteja certo quando diz que o acordo feito entre Apple e Intel foi fechado após um longo planejamento, mas ele não caracteriza nenhuma iniciativa ilegal ou de pressão contra a turma de Steve Jobs. Em vez disso, ele foi tomado com o consentimento das duas empresas, segundo o qual a Intel ganhou a chance de produzir chips para Macs pois, na visão da Apple, ela seria a escolha para o futuro.

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Outro ponto controverso das palavras de McCoy é quando ele diz que a exclusividade da Intel se deu devido à ajuda oferecida por ela no processo de transição. Ela foi necessária, é fato, mas segundo a história contada por Jobs em 2005, não foi indispensável. Equipes de pesquisa já reproduziam um cenário de desenvolvimento em máquinas com chips Intel cinco anos antes, dentro da Apple, antes mesmo de qualquer opinião da Intel ter sido considerada — o que aconteceu no início de 2005. Segundo Jobs, todas as versões do Mac OS X foram compiladas em PowerPC e Intel dentro da Apple, mas um sistema Intel veio ao mercado apenas na segunda fase da transição, iniciada em 2006 com o lançamento do novo iMac e do MacBook Pro. Além disso, houve outros bons momentos de parceria entre as duas empresas, como na produção do MacBook Air e do Mac Pro 2009, que foi a primeira máquina comercial do mundo a rodar um Xeon Nehalem.

Não restam dúvidas de que a transição para os processadores Intel foi positiva para a Apple. Vários analistas de consultorias respeitadas, como IDC, Gartner e Reuters, admitem que largar a IBM foi um empreendimento formidável para a Maçã. No entanto, as palavras da AMD também serviram para trazer à tona os fatos negativos da transição. Hoje, os Macs não são tão diferentes em performance comparados com muitos PCs. Na época em que um G4 era mais rápido que Pentiums e Itaniums da vida, comprar um Mac era uma escolha mais fácil, ao meu ver. Hoje, a escolha entre um Mac e um PC é mais acirrada, por que os dois compartilham a mesma arquitetura. Isso é o que motiva as nossas queridas Apple e Microsoft a investirem em publicidade. A que for mais convincente para os menos esclarecidos ganha (assim como os políticos do nosso país).

Na minha opinião, McCoy acordou essa discussão porque vê a AMD como a empresa capaz de aparar as rebarbas da transição pela qual a Apple passou há quatro anos. Em outras palavras, talvez a AMD possua uma carta na manga que queira mostrar primeiro à Apple, por isso levantou questões sobre o seu acordo com a Intel, já que a reputação dela foi bastante abalada na Europa. Mas isso já seria demais para afirmar sem fundamentos.

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