Hoje o dia está quente para duas das maiores empresas do Vale do Silício. Após o CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. do Facebook, Mark Zuckerberg, esbravejar que a Apple quer acabar com seus negócios, agora o chefão da Maçã, Tim Cook, sugeriu que o modelo de negócios do Facebook “pode levar à polarização e à violência”.
Naturalmente, Cook não citou o Facebook diretamente durante sua fala na conferência da Computers, Privacy & Data Protection (CPDP), que ocorreu há pouco — mas, para bom entendedor, meia palavra basta.
Mais precisamente, Cook abordou as preocupações da Apple sobre privacidade e segurança na indústria de tecnologia, a esperança que ele tem para o futuro e o que a Maçã está fazendo para proteger a privacidade — e, é claro, o que outras empresas não têm feito para garantir isso.
Se um negócio é construído com base em enganar usuários, na exploração de dados, em escolhas que não são escolhas de forma alguma, ele não merece nosso elogio. Ele merece mudanças.
O executivo também criticou algoritmos de recomendação que sugerem grupos extremistas aos usuários — algo que o Facebook tem sido bastante criticado por fazer, principalmente após a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos.
Em um momento de desinformação galopante e teorias de conspiração alimentadas por algoritmos, não podemos mais fechar os olhos para uma teoria que diz que todo engajamento é um bom engajamento — quanto mais tempo, melhor — e tudo com o objetivo de coletar o máximo de dados possível. Já passou da hora de parar de fingir que essa abordagem não tem um custo — de polarização, de perda de confiança e, sim, de violência.
Ele também destacou alguns dos esforços da Apple para proteger a privacidade de usuários, incluindo novas informações de privacidade na App Store e o recurso App Tracking Transparency (ATT) que será lançado com o próximo iOS.
Cook acrescentou que a Apple trabalhou não apenas para “fortalecer seus próprios princípios de privacidade”, mas também para “criar ondas de mudança positiva em toda a indústria”.
Na Apple, fizemos nossa escolha há muito tempo. Acreditamos que a tecnologia ética é a tecnologia que funciona para você. É a tecnologia que o ajuda a dormir, não que o mantém acordado. Ela diz quando você já bebeu o suficiente, ela dá a você espaço para criar, desenhar, escrever ou aprender […]. É uma tecnologia que pode desaparecer em segundo plano quando você está em uma caminhada ou nadando, mas está lá para avisá-lo quando sua frequência cardíaca aumentar ou ajudá-lo quando você tiver uma queda feia. E acima de tudo isso, saber que sua privacidade e segurança estão em primeiro lugar, porque ninguém precisa negociar os direitos de seus usuários para entregar um grande produto.
Será que a carapuça serviu?
via iMore
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.