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Vídeo mostra na prática as razões para apoiar o direito ao reparo

Joanna Stern foi a campo para entender a diferença entre as oficinas autorizadas e as independentes
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Reparo de Mac

A questão do direito ao reparo tem estado na boca do povo (ou melhor, da imprensa tecnológica) nos últimos anos. O movimento, que pede melhores condições de trabalho para oficinas de reparo independentes, já está encontrando o caminho das câmaras legislativas e poderá se tornar lei em uma porção de lugares num futuro não muito distante — caso o lobby da Apple e de outras gigantes tecnológicas não seja forte o suficiente, claro.

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Qualquer pessoa com um aparelho eletrônico moderno já deve ter se envolvido em uma situação na qual regras mais sólidas de direito ao reparo viriam a calhar. Mas a jornalista Joanna Stern, do Wall Street Journal, foi além: ela “invadiu” os bastidores das oficinas de reparo independentes para mostrar os desafios enfrentados pelos profissionais — e trazer um exemplo prático de como leis mais consistentes poderão beneficiar os consumidores e os trabalhadores da área.

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Stern colocou na mochila dois computadores — um MacBook Pro de 13 polegadas (2017) e um MacBook Air (2020), ambos inoperantes após contato com líquidos — e saiu em busca das melhores opções de reparo. Sua primeira parada foi numa loja da própria Apple, onde ela recebeu as primeiras facadas: US$800 para consertar o Air e US$1.000 para reparar o Pro — o próprio atendente sugeriu que a melhor opção, naqueles casos, seria comprar uma máquina nova. ¯\_(ツ)_/¯

Em seguida, Stern dirigiu-se a um Centro de Serviço Autorizado da Apple. As cobranças foram ainda mais astronômicas: US$870 para consertar o Air, e US$1.180 para reparar o Pro. A razão? A loja simplesmente mandaria o computador para que a Apple fizesse o reparo — o valor extra, claro, cobre o trabalho da própria loja de fazer essa intermediação.

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Os valores altíssimos explicam-se pelo fato de que a Apple, já há muitos anos, tem como política não substituir componentes específicos de placas lógicas — se alguma peça quebra ou é afetada, a placa inteira precisa ser substituída, o que coloca o preço desses reparos em patamares inconcebíveis. Mas será que essa substituição “total” é realmente necessária?

Para saber, Stern foi à sua terceira e última parada: uma oficina de reparo independente, sem qualquer relação com a Apple. Mais precisamente, a jornalista foi à Rossmann Repair, comandada pelo engenheiro Louis Rossmann — um dos grandes defensores do direito ao reparo, que já prestou diversos testemunhos ao Congresso dos EUA para apoiar legislações neste sentido. Na oficina, Rossmann deu o preço do reparo para o MacBook Pro: US$325, pouco mais que ⅓ do preço cobrado pela Apple.

A diferença se dá pelo fato de que Rossmann conseguiu identificar as peças exatas danificadas pelo líquido, e tinha na loja componentes de substituição — obtidos a partir de placas de máquinas descartadas. Pelo mesmo motivo, o profissional não conseguiu oferecer um reparo para o MacBook Air: segundo Rossmann, não havia peças ou documentação disponível para consertar a máquina mais nova.

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Esse impedimento mostra um dos problemas mais comuns enfrentados pelas oficinas independentes: sem recursos oferecidos pelas fabricantes (e com máquinas cada vez mais difíceis de se reparar), as lojas de reparo dependem de peças de descarte e de documentação vazada, compartilhada ou vendida ilegalmente na internet a partir de funcionários da Apple ou das suas fornecedoras. Sem essas duas coisas, é impossível consertar uma máquina.

Ou seja: pelos fatos apresentados, é difícil encontrar argumentos que não justifiquem a defesa ao direito ao reparo — afinal de contas, a escolha é sempre o melhor caminho para que o consumidor tenha mais opções.

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