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O iPhone 3G está mesmo caro no Brasil?

Não serei hipócrita: é claro que eu gostaria de poder pagar quaisquer R$199 pelo iPhone de 8GB aqui no Brasil, compreendo a esperança que todos tinham de boas notícias da Claro e/ou da Vivo, mas a coisa não funciona assim e, me desculpem, mas nós sofremos com os impostos sim.

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Pensando positivamente, qualquer eletrônico que chega de fora tem uma incidência de taxas de pelo menos 60%. Some aos impostos, também, os custos de transporte, lucro da operação nacional, distribuição interna, repasse para fornecedores/distribuidores e o preço final de revenda e aí sim estamos falando de algo realista.

Quem compara o preço daqui com os US$199 dos Estados Unidos está cometendo uma grande burrada. Este preço refere-se ao valor que o consumidor norte-americano pagará pelo aparelho (altamente) subsidiado pela AT&T. E, caso você não saiba, lá a lei permite contratos de fidelidade de 2 anos; aqui, o máximo são 12 meses. A estimativa é de que o modelo de 8GB custe pelo menos US$500 para ela.

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É engraçado como, há cerca de três meses, ninguém falava do Nokia N95, que custava R$1.299 no plano Vivo 300. O Nintendo Wii sai por US$250 nos Estados Unidos, mas aqui chega por quase R$2.000. Compare, por exemplo, preços de câmeras digitais Cyber-shot, da Sony.

Se preferirem, podemos comparar o iPhone 3G com outros produtos da própria Apple, vendidos sem contrato de fidelidade e sem subsídio de operadoras. O novo iPod touch de 32GB (US$399) nem tem preço definido para o Brasil ainda, mas seu irmão antigo e defasado sai hoje, aqui, por R$1.449. O Mac mini de 1,83GHz, que lá fora custa US$599, chega aqui por R$1.699.

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No final das contas, independente disso tudo, o que ambas operadoras fizeram foi explorar um novo mercado da mesma forma que qualquer um de nós faríamos na liderança de uma delas. A demanda para o iPhone é absurda e o Brasil tem pessoas que pagariam o dobro do que é cobrado por ele, tenham certeza. Estamos no país de terceiro mundo em que mais se gasta com futilidades e itens de luxo — paga-se pela marca, pelo status.

Sem entrar no mérito, neste artigo, de discutir os planos de voz/dados em si, o iPhone 3G não está caro no Brasil. Aliás, sendo o Brasil, está é barato. Resta a cada um ter senso crítico e definir a hora certa de investir no aparelho; não tenho dúvida alguma de que, daqui a seis meses (a TIM demorou, mas vem aí), o cenário estará bem diferente. Enquanto isso, estou vendo como trazer um desbloqueado da Itália pra mim.

[Artigo escrito com a colaboração de Marcos Ribeiro Fernandes.]

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