A cada nova versão do Apple Watch, a Maçã intensifica o direcionamento do reloginho voltado para a saúde e a prevenção de doenças. Nesse sentido, uma das novidades mais importantes veio no Apple Watch Series 4, com o recurso de eletrocardiograma capaz de detectar casos de fibrilação atrial (atrial fibrillation, ou AFib) — tipo de arritmia cardíaca que pode ser o prenúncio de eventos mais graves, como um AVC — nos usuários.
Um novo estudo, entretanto, mostrou que a precisão do smartwatch da Apple pode estar num nível abaixo do ideal. Trazido pela Fortune, o estudo publicado pela Circulation focou em pacientes que passaram recentemente por cirurgias cardíacas — eventos que potencializam casos de fibrilação atrial. Dos 90 casos de AFib detectados na amostra, apenas 34 foram apontados pelo Apple Watch; em outras palavras, quase 60% dos casos passaram despercebidos pelo reloginho.
Claro, essa é uma amostra composta de casos específicos (pacientes em pós-operatório), que pode não representar a universalidade dos usuários que possam ter (ou vir a ter) casos de fibrilação atrial.
Entretanto, um outro dado pode ilustrar que o Apple Watch não é tão preciso assim nessa tarefa: a própria Apple afirma que o relógio não é capaz de detectar AFib em frequências cardíacas acima de 120 batimentos por minuto. Ao mesmo tempo, um estudo da Mayo Clinic mostra que cerca de 33% dos casos de fibrilação atrial ocorrem justamente acima dos 120BPM — ou seja, no melhor dos casos, um terço dos casos de AFib não serão detectados pelo Watch.
Vale notar que isso não chega a ser uma surpresa ou configurar uma novidade: a própria Apple vem afirmando, desde o lançamento do Apple Watch Series 4, que o dispositivo não deve ser visto como um substituto de exames e avaliações médicas — ele constitui, na verdade, um “adicional” que pode lhe alertar de possíveis condições preocupantes, mas nada além disso.
Entretanto, sabemos que, na prática, esses avisos da Maçã acabam não chegando aos olhos e ouvidos da maioria dos consumidores: a maioria de nós, afinal de contas, não lemos as letrinhas nos manuais de instrução nem os termos e condições de uso dos nossos aparelhos. Portanto, há a preocupação entre médicos e profissionais da área de que o Apple Watch crie uma falsa sensação de segurança entre os seus usuários — um pensamento do tipo “bom, se meu Watch não avisou nada, isso significa que estou saudável e não preciso fazer meus exames periódicos”. Quando o índice de detecção do AFib está entre 40% e 70%, isso não é uma boa ideia.
Obviamente, há outra forma de analisar a situação: alguma detecção é melhor do que nenhuma detecção, e ter um dispositivo no seu punho que possa detectar sinais de uma condição potencialmente perigosa é melhor do que não ter nada. O problema, claro, é passar a fiar-se somente nesse dispositivo — e é por isso que, mesmo que seu Apple Watch mostre que seu corpo está em perfeitas condições, você nunca deve deixar de visitar um médico periodicamente.
de Apple
Preço à vista: a partir de R$ 3.599,10
Preço parcelado: em até 12x de R$ 333,25
Tamanhos: 40mm ou 44mm
Materiais: alumínio, aço inoxidável, titânio ou cerâmica
Características: GPS ou GPS + Cellular
Cores: diversas
Lançamento: setembro de 2019
via The Loop