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Confirmado décimo suicídio deste ano na Foxconn; ativistas protestam queimando cartazes de iPhones

Há algo de podre no reino da Foxconn — e, o que quer que seja, pode acabar nas praias metafóricas de Cupertino.

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Guo Tai-ming, CEO da Foxconn, declarou na segunda-feira (véspera do décimo suicídio), que sua empresa “não é nenhuma fábrica exploradora”. O empresário disse também que é complicado gerenciar os mais de 900 mil empregados ao redor do mundo, mas que a situação logo será estabilizada.

Na terça-feira, Li Hai, de 19 anos, atirou-se de um dos prédios da empresa somente 42 dias depois de começar a trabalhar para ela. Este é o nono suicídio nas instalações de Shenzhen (nas quais houve mais duas tentativas), além de uma ocorrência do tipo em Hebei. No total, dez funcionários desta parceira da Apple já deram fim às próprias vidas apenas em 2010.

Em resposta ao evento, ativistas protestaram em frente à sede da empresa em Hong Kong, portando cartazes com os dizeres “A Foxconn não tem consciência” e “Suicídio não é acidente”. Além disso, eles queimaram cartazes de papelão representando iPhones. As queixas dos trabalhadores englobam os longos turnos de trabalho (algumas vezes sem pausas), a velocidade da linha de produção e a disciplina militar que é imposta nas fábricas.

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Segundo o Engadget, uma investigação sigilosa feita por três homens recrutados pela Foxconn apontou uma série de detalhes sobre as condições de trabalho nocivas na empresa:

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  • Todos os novos funcionários devem assinar um termo de compromisso e voluntariamente(?) abdicar do limite legal de 36 horas extras mensais, elevando a carga para algo entre 60 e 100 horas;
  • Gerentes assediam moralmente os funcionários e os castigam com deduções aleatórias de seus bônus de produtividade;
  • Cerca de 50 mil funcionários deixam a empresa todo mês — ou seja, cerca de 12,5% dos empregados da Foxconn na China.

O Greenpeace conseguiu fazer muitas empresas respeitarem mais o meio ambiente. Seria hora de criar um “Sweatpeace” para ficar de olho nas condições de trabalho por aí?

[via Associated Press]

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