E o caso escalou até o presidente dos Estados Unidos.
Como informamos, o FBI pediu novamente a ajuda da Apple para desbloquear iPhones que pertenciam a Mohammed Saeed Al-Shamrani, atirador saudita que matou três pessoas no ataque a uma base aeronaval em Pensacola (Flórida, Estados Unidos). Pouco tempo depois, o procurador-geral dos EUA, William Barr, engrossou o coro.
A Apple, assim como no primeiro caso (relacionado ao Atentado de San Bernardino), disse que fez tudo ao seu alcance, mas que não tem como entrar nos iPhones do terrorista e que não concorda com a ideia de criar um sistema com uma backdoor (ou seja, uma “porta” de acesso), já que isso poderia ser usado tanto para o bem quanto para o mal.
A história chegou à Casa Branca, e Donald Trump tratou de arregaçar as mangas e bater na mesa (que no caso do presidente americano significa ir ao Twitter), no que para alguns pode ter soado até como uma ameaça à Apple.
No estilo “toma lá, dá cá”, Trump citou as conversas que o governo têm com a Apple envolvendo a guerra comercial com a China — e, é claro, as concessões/flexibilizações que a Casa Branca já fez para ajudar a empresa de Cupertino. Ou seja, chegou a vez da Maçã de ajudar o governo.
A Apple ainda não se pronunciou, mas mesmo com o “pedido” de Trump, é difícil imaginar que a empresa mude de ideia, afinal muito da estratégia comercial da Maçã atualmente permeia o tema privacidade — quebrar essa linha de pensamento agora poderá gerar consequências complicadas para ela.
No mais, como apontou Benjamin Mayo, do 9to5Mac, o aparelho do atirador é um iPhone 5, mais antigo que o 5c utilizado pelo terrorista do Atentado de San Bernardino. Na prática, o FBI poderia extrair os dados do telefone utilizando a mesmíssima técnica.
Mark Gurman (da Bloomberg) afirmou que a ferramenta de invasão criada pela empresa Cellebrite (que pode ter sido peça importante no desbloqueio do iPhone utilizado pelo terrorista no Atentado de San Bernardino — ou não) foi atualizada recentemente, facilitando ainda mais todo esse processo.
Em paralelo a isso, conforme noticiou o New York Times, a Apple já está se preparando para uma possível briga relacionada ao caso com o Departamento de Justiça dos EUA. Conforme a repórter Kara Swisher postou no Twitter, uma porta-voz do DoJ já demonstrou uma certa ignorância sobre o caso numa declaração pública.
A história definitivamente não acabará agora, então veremos como terminará essa nova queda de braço entre Apple e FBI.
via MacRumors