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Mac Society: apresentação da coluna + “Reserva de Tecnologia”

Ivan Castilho

Olá, pessoal! A partir de hoje, terei o prazer de estar com vocês sempre aos domingos nesta coluna descompromissada e descontraída. Em cada nova publicação pretendo trazer um pouco sobre tendências tecnológicas, marketing, comportamento — enfim, tudo o que traga uma leitura fluente e reflexiva.

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Ivan CastilhoSou fã do descomplicado, da busca pela simplicidade perfeita. Seja no projeto de um novo produto, de um verso, uma música, uma imagem, uma resposta. O simples diz mais, toca na alma, ilumina nosso entendimento.

A simplicidade sempre esteve ao alcance de todos — cada engenheiro, cada projetista, cada artista. E, infelizmente, conheço poucos exemplos de empresas que conseguem realmente concretizar este conceito. Por isso, terei que me afastar bastante de tecnologia para citar um exemplo que, particularmente, me inspira.

O U2 é uma banda amada por ser fiel às suas inspirações. Seus acordes simples, diretos, suas guitarras hipnóticas se devem à pureza e à simplicidade harmônica. O U2 consegue ser uma das bandas mais inovadoras e admiradas na história do rock e ao mesmo tempo estar no primeiro repertório de qualquer iniciante no violão ou guitarra. Sua simplicidade genial encanta, cativa, inspira. E a Apple é um ícone exatamente disso.

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Seus projetos de altíssima complexidade e tecnologia se transformam numa experiência simples em nossas mãos. Seu universo tecnológico parece fiel às suas inspirações mais fundamentais.

Tornei-me admirador da Apple como um passo natural, que me fez migrar, nos últimos cinco anos, toda minha vida computacional para Macs, iPhones e iPads. O resultado não poderia ser melhor: tenho a clara impressão de que saltei dez anos no futuro. Acredito que a informática deve desaparecer e dar lugar à produtividade. E é de temas como simplicidade, tendências, experiências e marketing que esta coluna se propõe a falar.

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Reserva de Tecnologia

Durante muitos anos prestei consultoria para várias empresas de tecnologia, de diversos setores. Sempre me impressionou que, ao atravessarmos as portas de acesso altamente restrito dos setores de desenvolvimento de tecnologias, eu me deparava com protótipos e programações de sistemas para gerações que seriam lançadas dois, cinco anos ou mais no futuro. Os laboratórios de desenvolvimento eram como sonhos tecnológicos, previsões do que veríamos no “maravilhoso mundo do amanhã”. Uma dimensão de segredo e genialidade inspirava a imaginação dos investidores e ditava a valorização dessas empresas. Ah, velhos tempos… aí, veio a Apple.

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Companhias como Samsung, Sony, Motorola, Nokia, Microsoft e seus impérios ocultos de reservas maravilhosas viram seus ativos tecnológicos de anos no futuro obsoletos no presente. Sem aviso, sem previsão, sem reação. Assistiram à bancarrota de desenvolvimentos tecnológicos de bilhões sendo reduzidos ao pó e os cérebros responsáveis por suas engenhocas se tornaram dinossauros.

Metropolis
Imagem: Metropolis, Fritz Lang, 1927.

Posso garantir que em cada uma dessas empresas sempre existiram aqueles que sabiam que as práticas de reserva tecnológica eram um contrassenso. Que a prática de consumir ao máximo um produto para então acrescentar algum recurso pífio e relançar exaustivamente por um preço renovado até esgotar a paciência do público era uma armadilha sendo preparada. Pois bem, o inevitável aconteceu: eis que chega uma empresa e lança no mercado, sem pudor ou repreensão, produtos que contêm o melhor da tecnologia em todos os aspectos perceptíveis ao usuário. Refaz, a partir da experiência de uso, softwares capazes de entregar todos os recursos necessários de forma simples e intuitiva.

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Basta fazer um paralelo entre o iPod e os demais players do mercado. Mesmo após anos, ainda é difícil um projeto de um produto concorrente chegar perto de gerações dois ou três anos anteriores à atual. Compare os iPods com um “MP-qualquer-número-player” e não terá dúvidas de que esta receita já pode ser considerada tradicional para a Apple. Ela faz o resto do mercado de tecnologia parecer uma repartição pública de um país subdesenvolvido.

Durante toda a última década, a previsão era de que o mercado aprenderia como reagir à altura, revendo seus métodos de gestão tecnológica e inovação. Mas, no último ano, estamos presenciando mais uma vez o impressionante despreparo das gigantes de tecnologia diante do lançamento da primeira geração do iPad, que criou um novo mercado o qual, paradoxalmente, já era previsto por qualquer especialista. Acrescente a isso o fato de a segunda geração ter trazido uma evolução absolutamente notável à tablet. Agora procure imaginar que os engenheiros de Cupertino estão, neste exato momento, projetando sua terceira geração com recursos que nem nos atrevemos a prever.

A mudança de paradigma no mercado de tecnologia tem reflexos tão profundos quanto possível, mas a principal delas é transformar a forma como a inovação encontra o mercado, numa revolução que está redesenhando a forma como entendemos a tecnologia e seu papel em nosso cotidiano.

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Até o próximo domingo, e não se esqueça de registrar seus comentários, enriquecendo a coluna e compartilhando com os demais leitores do MacMagazine suas opiniões.

Feliz Páscoa a todos vocês! 😉

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