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TSMC acorda com a Apple que assumirá custos de chips “A17 Bionic” defeituosos [atualizado]

Michael Vi / Shutterstock.com
Logo da TSMC

Em abril, mostramos por aqui que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), principal fornecedora de processadores da Apple, estava enfrentando dificuldades relacionadas ao aproveitamento dos novos chips fabricados em um processo de 3 nanômetros. Esses chips deverão equipar os modelos topos-de-linha dos próximos iPhones, bem como os futuros Macs com chip “M3”.

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De acordo com o The Information, a Maçã e a fornecedora firmaram um acordo que tem como um dos objetivos essa questão do aproveitamento dos processadores. Segundo o veículo, a TSMC é quem arcará com os custos dos chips defeituosos. A taxa de aproveitamento, porém, subiu de 55% para algo entre 70% e 80%, significando que um em cada cinco processadores produzidos não estarão adequados ao uso.

Normalmente, esse custo é muito pouco expressivo, já que a taxa de aproveitamento da TSMC costuma ficar na casa dos 99% — embora seja assumido, em geral, pelos clientes da fornecedora. Contudo, com essa maior dificuldade na produção dos novos chips em um processo de 3nm, tem-se, ao menos nos momentos iniciais da fabricação, uma taxa bastante considerável de componentes com defeitos, cujo custo será assumido pela fornecedora.

A contrapartida da Apple no acordo consistiu, ainda segundo o The Information, em contratar a capacidade de produção da fábrica taiwanesa de forma exclusiva no primeiro ano de fabricação da nova tecnologia — e com certa antecedência. Considerando a grande demanda da Maçã, trata-se de uma oportunidade de a TSMC aprimorar o seu processo de fabricação antes de começar a vender chips de 3nm para outras companhias, como a Intel, podendo repassar para elas o custo que teve com os chips defeituosos.

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Dessa forma, com o novo acordo, a Apple — que já tem uma relação estreita com a taiwanesa há bastante tempo — conseguiu utilizar-se do grande volume de componentes de que precisa para fazer o negócio valer a pena para a TSMC. Assim, por mais que tenha de arcar com os custos dos chips defeituosos, a demanda da Maçã — maior cliente da fornecedora —, junto ao tempo de exclusividade, torna a operação vantajosa, com vistas à otimização da produção e ao aumento do rendimento.

Conforme relatado pelo The Information, é justamente essa simbiose que permite que os interesses de ambas as empresas sejam concretizados e até potencializados. O fato de a Apple encomendar tantos processadores e com relativa antecedência permite que a TSMC avance em matéria de pesquisa e desenvolvimento, algo que também é importante para a própria Maçã, a qual depende da capacidade da fornecedora.

Se os rumores se confirmarem, o “A17 Bionic” será o primeiro processador da gigante de Cupertino produzido em um processo de 3nm, o que poderá resultar em cerca de 35% de ganhos de desempenho. O novo chip deverá equipar os “iPhones 15 Pro/15 Pro Max”, os quais deverão ser apresentados no mês que vem.

via 9to5Mac

Atualização, por Bruno Cardoso09/08/2023 às 15:25

O famoso analista Ming-Chi Kuo rebateu hoje no Twitter X a informação de que a TSMC teria aceitado arcar com os custos dos chips defeituosos fabricados para a Apple.

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De acordo ele, a fabricante negocia a venda dos chips de duas formas: a compra do produto acabado e a compra do wafer. No caso de encomendas do produto acabado, a TSMC transfere o custo dos chips defeituosos para o preço de cada chip acabado.

Relatos recentes da mídia de que a TSMC não está pedindo para que a Apple pague pelo custo de chips de 3nm defeituosos são diferentes do meu entendimento.
Existem duas maneiras pelas quais os clientes compram chips da TSMC: a compra de produtos acabados e a compra do wafer.
A grande maioria dos negócios é de compra de wafer porque os rendimentos da TSMC são bons o suficiente para ignorar o custo de chips defeituosos.
Mas a Apple é um caso especial. A Apple sempre pediu à TSMC para fornecer os serviços de produção de nodes mais avançados e recentes do mundo. Como o node mais recente tem muitos chips defeituosos no estágio inicial de produção, a Apple sempre comprou produtos acabados. E a TSMC aloca a maior parte do custo com chips defeituosos no preço de venda de cada chip acabado. A melhor evidência é que o custo do novo processador usado em novos iPhones aumenta significativamente a cada ano, e o “A17 [Bionic]” deste ano não é exceção.

A Apple, por sua vez, costuma sempre negociar a compra dos chips acabados com a TSMC por estar sempre utilizando processos de produção de ponta (mais suscetíveis a unidades de chips defeituosas), o que torna todo esse suposto acordo citado pelo The Information desnecessário. Ainda segundo o analista, a maior evidência disso é que, ano após ano, o preço dos chips encomendados pela Maçã aumenta, e isso não deverá ser diferente com o “A17 Bionic”.

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