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Pessoa de bicicleta usando Apple Watch dentro de um túnel

watchOS 9 trará métricas importantes para atletas

Em novembro de 2018, eu escrevi um post aqui no MacMagazine falando sobre as principais diferenças entre um Apple Watch e um smartwatch focado em esportes. Esse post até hoje segue como um dos primeiros resultados no Google quando alguém busca algo sobre esse assunto. Isso porque o Apple Watch — quando o tema esporte começa a ficar um pouco mais sério na vida de um atleta amador — deixa a desejar. Mas isso parece que mudará com a chegada do watchOS 9.

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Na parte de exercícios, a Apple costuma tentar deixar a interface a mais limpa possível, focando nas informações principais. Até aí, tudo bem. Isso atende à maior parte dos atletas iniciantes, esporádicos, ou que mesmo não veem muita relevância no detalhe das informações e só querem saber quanto já percorreram do seu exercício — seja de natação, corrida, bicicleta, etc.

Porém, ao levar o esporte a outro nível, talvez as métricas lhe ajudem a evoluir, atingir o nível desejado que às vezes fica no detalhe de como você pratica seus treinos. Nessa nova versão do watchOS, a Apple está trazendo novas visualizações de treino que enriquecem as tão famosas métricas, como círculos de atividade, zonas de batimentos cardíacos, potência e elevação.

Os círculos de atividade já são velhos conhecidos de quem utiliza o Apple Watch, então isso não é novidade — temos apenas uma carinha diferente para ver a mesma informação. Mas as zonas de batimento cardíaco ajudam muito os atletas — e eu entendo como “atleta” qualquer um que pratique exercício com alguma frequência.

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As zonas de treino são faixas de frequência cardíacas delimitadas pelo resultado de uma avaliação que determina o grau de intensidade da sua corrida. Uma dessas avaliações é o chamado teste ergoespirométrico, aquele feito na esteira com eletrodos ligados ao seu corpo — mas existem outras formas de chegar a esse resultado, também. O mais importante aqui é você saber que, com isso, poderá direcionar melhor o treino, se mantendo na sua zona confortável, passar um pouco do limite para evoluir, não passar demais para não se machucar, etc.

Se você já sabe essas informações, pode colocar de forma manual suas zonas de treinamento no watchOS 9; mas se não entende muito disso, consegue montar de forma automática com base nos seus dados do app Saúde.

Personalização de treinos

Ah, personalizar os tipos de treino… aleluia, Apple! Afinal, não é só ligar o GPS e sair correndo, né? Existem tipos de treinos diferentes para um corredor: treinos com aquecimento, corrida seguido de um descanso baseado em tempo/distância, corridas alternando ritmos mais rápidos e mais lentos… e parece que finalmente a Apple escutou isso nos permitirá personalizar como queremos fazer nossos exercícios.

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Pelo jeito, a Apple andou conversando com muitos corredores. Certas coisas que são até básicas em outros smartwatches dedicados a esporte foram incorporadas no watchOS 9. Uma delas, que eu sentia muita falta, era o feedback instantâneo para se manter dentro de uma pace especifico — pace, para quem não sabe, é o ritmo médio de um corredor em um determinado trajeto, medido em minutos por quilômetro.

Isso ajuda muito a não precisar ficar olhando pro relógio enquanto você corre. Pode parecer besteira, mas todo movimento extra que você faz na corrida é um pouco de energia a mais que você está gastando. Ficar virando cabeça para baixo, subindo o braço, tentar ficar apertando os botões do relógio… tudo isso pode fazer muita diferença para terminar uma maratona, por exemplo. Talvez, nos primeiros metros de uma corrida, você não note importância; mas depois de mais de 2-3 horas correndo, faz muita diferença!

Desafios

Agora temos a possibilidade de nos desafiar, seja com uma nova funcionalidade de corrida ou de bicicleta ao ar livre em rotas frequentes. Você pode tentar bater o seu melhor tempo dentro de um percurso, e isso é interessante para ver se você está progredindo — pois na fim, o principal competidor passa a ser você mesmo.

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Mas cuidado, isso deve ser feito com orientação profissional. Existem treinos que precisam ser feitos abaixo daquilo que você conseguiu algum dia, para o corpo entender aos poucos a sua evolução. Mas nem todo treino você precisa bater seu recorde pessoal. Ainda assim, gostei muito de isso agora ser nativo — além de lhe ajudar, claro, a ver se você está saindo da rota.

Novas métricas

Comprimento do passo, tempo de contato1Sabe quando vemos aquele corredores quenianos, magrelos, voando nas corridas? Eles praticamente batem o pé no chão e já sobem muito rápido; quanto mais rápido for esse contato, mais você estará correndo rápido e eficiente. Isso é o tempo de contato. com o solo e oscilações verticais são novas métricas incorporadas ao watchOS 9, com o uso do acelerômetro. Essas métricas ajudam o corredor fazer um exercício de forma mais eficiente, tentando ajudar a gastar menos energia ou aproveitar melhor o esforço durante um novo desafio, por exemplo. Se você fica “jogando seu corpo” muito de um lado para outro, gasta muita energia extra sem necessidade — quando na verdade a sua energia deveria ser gasta para jogar você para frente, não para os lados. Esse tipo de métrica ajuda a corrigir isso.

Quando falamos de corrida, escutamos termos como “10km/h na esteira” ou “pace de 5’20” por km” — medidas mais comuns no mundo da corrida. Mas muito tem se falado ultimamente sobre potência. Como diz a própria Apple em seu site, “potência de corrida é uma medição instantânea de esforço que ajuda a encontrar um nível de corrida confortável para você”. Ou seja, uma unidade de medida que vai lhe permitir mensurar o esforço mesmo em terrenos diferentes (ou mesmo subindo montanhas), pois alguns fatores extras a simplesmente velocidade ajudam a manter um nível de conforto adequado para você correr bem por mais tempo.

Se você estiver correndo, por exemplo, a 10km/h na reta, o nível de potência necessária é um; mas em uma subida, é outro — fica difícil ficar controlando qual é a sua velocidade adequada em diferentes elevações. Já com a potência, você saberá se está colocando muito mais energia do que deveria para subir uma montanha, por exemplo, conseguindo manter constante o seu nível de esforço, diminuindo ou aumentando o ritmo para aquele que você sabe que aguenta.

Monitoramento de natação, ciclismo e corrida

Transição automática entre natação, ciclismo e corrida para triatletas. Será que eu gostei da novidade? Gostei! Acredito que um triatleta usará? Duvido muito, pois quando a pessoa já está nesse nível de competição, normalmente já investiu em equipamentos mais específicos. Mas pensando mais a longo prazo, vejo aí uma possibilidade de um “Apple Watch Pro”.

Voltando à funcionalidade em si, a transição é a mudança de uma modalidade para outra dentro do triatlo. Quando o atleta sai da natação e vai para o ciclismo, e do ciclismo para a corrida, existem várias distâncias. Mas pela proposta da Apple, o watchOS 9 conseguiria detectar essas mudanças e começar a monitorar a modalidade que está sendo praticada a cada momento.

Isso novamente vem de encontro com o que comentei acima: economizar qualquer energia que possa ser gasto extra que não o foco principal no momento (nadar, pedalar ou correr), evitando assim ficar apertando botões, tentando tocar na tela sensível ao toque (algo muito chato e complicado depois de nadar, por exemplo) e por aí vai.

Na parte de natação também foram comentadas melhorias, como a detecção do uso de prancha (que faz com que o seu tipo de nadada mude e muitas vezes não era contabilizado corretamente) e também medição da sua pontuação SWOLF. Você leu isso e deve ter feito a mesma pergunta que eu: o que é isso? Como eu e a piscina temos uma relação muito mais de “colegas” do que de amigos, tive que pesquisar o que era isso, e nada melhor do que referências que já estão nesse mercado há mais tempo.

Veja o que eu encontrei no site da Garmin:

SWOLF é uma mistura dos termos swim (natação) e golf (golfe). A pontuação SWOLF mede a eficiência do seu nado e, assim como no golfe, uma pontuação mais baixa é melhor. Na piscina, a pontuação é obtida ao adicionar o número de braçadas realizadas durante uma volta na piscina e o tempo levado para nadar aquela distância. Por exemplo, nadar uma volta em 30 segundos com 10 braçadas será equivalente a uma pontuação SWOLF de 40.

SWOLF é usado principalmente para natação em piscina. Para atividades de natação em águas abertas usando GPS, a pontuação SWOLF é computada em intervalos de 25 metros. A pontuação de SWOLF não é exibida no dispositivo durante atividades em águas abertas, e apenas a pontuação média geral da atividade é exibida no Garmin Connect. A precisão da pontuação dependerá da capacidade do dispositivo de registrar o ritmo e a distância do GPS precisamente durante uma atividade em águas abertas.

Vejo com bons olhos a Apple trazendo essas métricas mais avanças para os usuários, pois, como já disse algumas vezes, quando começamos a levar o esporte mais a sério e no meio de grupos mais especializados, o Apple Watch acabava parecendo um “brinquedo” se comparado a outros smartwatches.

Acredito que muito do que escrevi em 2018 ainda seja válido, pois aspectos de hardware ainda precisam avançar no Apple Watch — exemplo: para um corredor ou nadador, lidar com um dispositivo 100% touch é complicado, principalmente quando está molhado. Por isso, acho que chegará em breve uma versão “Pro” do Apple Watch, focada nesse público que precisa de um smartwatch mais robusto.

Notas de rodapé

  • 1
    Sabe quando vemos aquele corredores quenianos, magrelos, voando nas corridas? Eles praticamente batem o pé no chão e já sobem muito rápido; quanto mais rápido for esse contato, mais você estará correndo rápido e eficiente. Isso é o tempo de contato.

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