Acabou agora há pouco a reunião anual de acionistas da Apple, realizada no Steve Jobs Theater, dentro do complexo do Apple Park, em Cupertino. E, como era de se esperar, vários assuntos relacionados às operações da companhia foram discutidos entre os presentes — entre eles, algiuns dos altos executivos da Maçã.
A seguir, destacaremos alguns dos pontos mais importantes do encontro.
Índia
Depois de anos de especulação, Tim Cook cravou na reunião: a Apple abrirá uma loja online na Índia ainda em 2020, e inaugurará sua primeira loja física oficial do país no ano que vem.
As notícias são ótimas para os planos de consolidação da Maçã no segundo país mais populoso do mundo. Como bem se sabe, a empresa tem enfrentado dificuldades para perseverar no difícil mercado indiano, especialmente com as medidas protecionistas aplicadas pelo governo atual; com uma presença expandida, a Apple poderá ficar mais palatável aos olhos da população (e do governo) local, vendendo mais iPhones (além dos demais produtos e serviços).
Ainda não há mais informações sobre a inauguração das lojas físicas e online da Apple na Índia, mas nós, claro, ficaremos ligados.
China
Pelo segundo ano seguido, um grupo de acionistas da Maçã colocou em votação — e perdeu — uma proposta polêmica, que, caso aprovada, obrigaria a Apple a liberar um relatório determinando se desrespeitou ou não a liberdade de expressão como direito humano.
A proposta está relacionada à retirada de aplicativos da App Store chinesa por orientação de Pequim. Há vários casos célebres, como a polêmica em torno do app de GPS utilizado pelos protestantes de Hong Kong, no ano passado, ou o banimento de apps de VPN da loja em 2017.
Em outras palavras, caso aceita, a proposta obrigaria a Maçã a admitir (ou ao menos analisar a possibilidade de) que curvou-se às orientações do governo chinês, desrespeitando os direitos humanos tão celebrados pela própria empresa.
A proposta, entretanto, foi derrubada pelo segundo ano consecutivo — porém com uma proporção de votos “sim” bem maior: 59,4% dos acionistas foram contra a proposição, enquanto 40,6% deles mostraram-se favoráveis à possibilidade. Veremos como isso ficará no ano que vem, portanto.
Sustentabilidade
Cook e os diretores da Apple evitaram especificar novos planos de sustentabilidade da empresa, limitando-se a comentar sobre uma meta, digamos, um tanto quanto utópica:
Nosso objetivo é, eventualmente, criar um produto da Apple sem tirar nada da Terra. Isso é uma daquelas coisas que as pessoas dizem que não é possível, mas nós vamos encontrar uma forma de fazê-lo.
Obviamente, ninguém sabe exatamente como a Maçã conquistará essa mágica. Quem sabe estão desenvolvendo algum tipo de bruxaria lá nos porões de Cupertino? 😜
iPadOS
Ao chefe de software da Apple, Craig Federighi, os acionistas perguntaram se o software dos iPads continuaria sendo o gargalo para o poder impressionante do hardware dos tablets. A resposta está nesse tweet de Mark Gurman:
Ou seja, Federighi não falou muita coisa além de prometer mais novidades para o iPadOS no mesmo ritmo que temos visto atualmente. Segundo o próprio Gurman, entretanto, podemos esperar sentados:
Ou seja: grandes mudanças talvez fiquem para o ano que vem. Vamos esperar.
Outros detalhes
Alguns outros pontos de interesse da reunião:
- Um dos participantes perguntou se a Apple não teria o interesse de realizar a reunião num local maior que o Steve Jobs Theater — que conta com 1.000 lugares e não comportou todos os acionistas interessados em comparecer. Cook respondeu que não, considerando que o espaço é o maior entre os pertencentes pela própria Apple — e a coisa toda “perderia parte da sua peculiaridade” se fosse realizada num espaço de terceiros.
- Sobre o Coronavírus, Cook afirmou que a “prioridade máxima da Apple é garantir a saúde e a segurança dos seus empregados, parceiros e comunidades” em que a empresa está. O CEO não deu mais detalhes sobre essas ações, dizendo apenas que o surto é “um desafio” para a companhia.
- Sobre a nova polêmica da Apple com o FBI, desta vez envolvendo o terrorista do atentado em Pensacola, Cook afirmou que a Maçã foi “extremamente colaborativa” com a agência, mas nunca consideraria criar uma backdoor no iOS — porque “nunca pode haver uma backdoor somente para os caras do bem”, segundo ele.
- Cook foi ainda, como de costume, extremamente vago quando perguntado sobre os planos futuros da empresa: “Nós estamos investindo em um monte de coisas; ainda não posso falar sobre a maioria delas, mas elas são bem legais.”
Caso outros pontos de discussão do encontro sejam informados, nós atualizaremos este post.
via 9to5Mac