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BIGO LIVE

Apple/Google ignoram denúncias de pornografia infantil em app

Não é novidade que os aplicativos de mídias sociais cresceram enormemente na última década, tornando-se verdadeiras obsessões das novas gerações. Entre esse leque de redes, aplicativos de transmissão ao vivo, como o BIGO LIVE, estão se popularizando cada vez mais — e, com isso, elevando o risco da exibição de conteúdos impróprios para audiências específicas, como crianças e jovens.

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Esse é justamente o caso do app supracitado, desenvolvido pela singapurense Bigo Technology, o qual oferece a capacidade de transmitir ao vivo praticamente o que você quiser com um único toque. Depois de se inscrever no aplicativo por meio de contas existentes (como as do Facebook ou do Google), você pode navegar por uma multiplicidade de conteúdos, bem como realizar chamadas de vídeo individuais ou em grupo por meio de chats — incentivando conversas entre estranhos.

Ao ingressar em um canal de transmissão ao vivo, você também pode participar de um chat ao vivo, bem como compartilhar a transmissão com amigos por meio de outras plataformas sociais ou enviar “presentes” ao streamer a partir de uma moeda virtual — adquirida com dinheiro real. Para incentivar o uso dessas moedas, o aplicativo promove até mesmo jogos de azar, que são ilegais em plataformas como a App Store.

Mais grave do que isso, porém, são os conteúdos compartilhados no aplicativo. Conforme identificado pelo leitor Luiz Faria, o app pode servir como um canal para facilitar o abuso infantil, bem como promover outras atividades ilegais. De fato, desde 2016 (pouco tempo depois de o app ser lançado), a rede acumula denúncias e reclamações sobre o conteúdos compartilhados — e a falta de uma moderação de conteúdo à altura — que não foram solucionadas até hoje.

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O aplicativo é classificado na App Store para usuários com 17 anos ou mais, indicando que ele pode conter “violência realista infrequente/moderada; conteúdo sexual e nudez infrequente/moderado; temas adultos/sugestivos frequentes/intensos”. No Google Play, essa classificação é reduzida para usuários a partir de 12 anos.

Assim, o aplicativo usa um sistema de inteligência artificial para verificar a idade do usuário, mas ele pode ser facilmente ignorado por crianças usando truques simples. Desse modo, assim como verificado em outras redes, o aplicativo não possui nenhum sistema de verificação sólido para identificar se pessoas com idades abaixo das indicadas estão se inscrevendo.

Denúncias a Apple, Google e órgãos diversos

Sabendo dos riscos aos quais os jovens usuários do app estão sendo submetidos e dos conteúdos que esse grupo pode estar consumindo, o leitor denunciou o aplicativo tanto para a Apple quanto para o Google, protocolando junto às empresas diversas provas dos casos de abuso e pornografia infantil, bem como dos jogos de azar presentes no app. A resposta? Nenhuma.

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Além das gigantes de tecnologia, ele afirmou ter tentado fazer denúncias na Polícia Federal, no Ministério da Justiça, no Ministério Público Federal e no Ministério Público do Rio de Janeiro, bem como nas facilitadoras de pagamento do Banco Central, porém sem nenhum retorno dessas instituições até o momento.

Tudo isso torna a situação ainda mais absurda e, no caso da Apple, no mínimo surpreendente (de forma negativa, é claro), considerando a importância que a companhia dá às diretrizes da sua loja e à segurança dos usuários da App Store. O regulamento do BIGO LIVE, por sua vez, determina que “a exploração sexual, incluindo solicitação e o abuso de menores (qualquer pessoa com menos de 18 anos), é proibida”; aparentemente, porém, a mediação de conteúdos da plataforma não é boa o suficiente para impedir que ocorra.

Posto tudo isso, cabe aos pais ou responsáveis estarem cientes do fato de que o BIGO LIVE não possui nenhum mecanismo de verificação de idade e requer informações pessoais (como nome, sexo e localização), de modo a garantir que crianças e jovens não sejam expostos ao aplicativo — pelo menos até as empresas de tecnologia ou algum órgão público determinar que o aplicativo faça mudanças que revertam essa situação.

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