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Privacidade

Google e Facebook uniram-se para burlar privacidade da Apple, revelam documentos

As duas empresas teriam firmado um acordo de favorecimento no mundo dos anúncios digitais

Que a indústria dos anúncios digitais entrou em polvorosa com as novas regras de privacidade da Apple, incluindo a Transparência do Rastreamento de Apps e os recursos antirrastreamento do Safari, não é novidade para ninguém. Também sabemos que o Google e especialmente o Facebook, duas das empresas que mais lucram com publicidade online no mundo, já demonstraram incômodo em relação ao novo cenário.

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O que é novidade — ao menos factualmente — são os indícios de uma ação coordenada, conjunta, entre as duas gigantes (Google e Facebook) para burlar as novas regras de privacidade da Maçã. E esses indícios estão registrados, agora, em novos documentos anexados a um processo movido contra a gigante de Mountain View. As informações são do The Register.

O processo, movido originalmente em dezembro de 2020 por um grupo de 12 procuradores-gerais dos Estados Unidos, acusa o Google de operar conluios silenciosos com o Facebook para escapar de processos antitruste e cooperar no universo dos anúncios online. Os documentos recém-anexados reforçam essa tese, mas desta vez mostrando evidências de que as gigantes, em vez de competir, juntaram forças para escapar das regras de privacidade da Apple.

De acordo com os documentos:

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As empresas trabalharam juntas para melhorar a capacidade do Facebook de reconhecer usuários usando navegadores com cookies bloqueados, em dispositivos da Apple ou no navegador da empresa, o Safari. Desta forma, ambas burlariam os esforços de uma outra empresa da Big Tech, de concorrer oferecendo mais privacidade aos usuários.

A união de forças entre o Google e o Facebook teria se iniciado muito antes das investidas recentes da Apple no universo da privacidade digital. O acordo entre as duas empresas, chamado internamente de “Jedi Blue”, foi iniciado em 2017 com o objetivo explícito de identificar usuários da Apple e burlar os recursos de privacidade do Safari, do iOS/iPad e do macOS.

A origem da coisa está no chamado header bidding, um modelo para leilão de espaços de anúncios digitais que — grosso modo — dá a todos os anunciantes uma chance similar de adquirir aquele espaço. Nos primórdios do header bidding, Google e Facebook firmaram o acordo “Jedi Blue” para favorecer os lances da empresa de Mark Zuckerberg na inserção de anúncios — e, no processo, identificar os usuários donos de produtos da Apple, que ofereciam ferramentas de privacidade mais robustas.

Um dos documentos anexados ao processo mostra uma conversa, realizada em 2019, entre empregados do Facebook. A discussão mostra que a empresa estava com problemas para identificar usuários do Safari, e que o Google estava disposto a usar ferramentas de JavaScript para ajudar o Facebook a identificar melhor esses usuários — ainda que a taxa de identificação do Facebook fosse semelhante à da concorrência. Em outras palavras, segundo o processo, uma gigante ajudou a outra a fortalecer sua dominância de mercado com técnicas para burlar a privacidade dos usuários.

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Questionado sobre as acusações, o Google afirmou que elas não são verdadeiras e que a empresa têm sido “clara” sobre seu apoio a regras de privacidade consistentes ao redor do mundo. O Facebook, por sua vez, não se pronunciou.

via AppleInsider

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