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Após aliviar emparelhamento de peças, executivo da Apple defende a prática

iFixit
Bateria do iPhone 14 Pro Max

Como repercutimos mais cedo, a Apple passou hoje a permitir o uso de peças genuínas de iPhones em outros dispositivos — por ora, de forma restrita à linha mais recente. Essa mudança representa uma flexibilização do chamado emparelhamento de peças.

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Trata-se da prática de vincular os componentes de um iPhone ao dispositivo, impedindo que sejam usados em outros aparelhos. Essa regra, além de criticada por veículos e ativistas, foi proibida no estado do Oregon (Estados Unidos), ainda que a Apple tenha trabalhado pela rejeição da lei.

Apesar da nova posição, porém, a empresa continua defendendo a prática. Ao TechCrunch, o vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, John Ternus, afirmou que o termo “emparelhamento de peças” — usado fora da empresa — tem uma conotação negativa e levou as pessoas a acreditarem que a companhia bloquearia o funcionamento de peças de terceiros, o que não seria feito.

Segundo ele, a visão da Apple é a de que é necessário saber “qual parte está em qual dispositivo” por algumas razões. Uma delas seria a necessidade de autenticar dispositivos biométricos reais da Maçã e garantir que eles não foram falsificados, enquanto outra seria a calibragem dos componentes.

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Ternus disse, ainda, que “o emparelhamento de peças não é do mal”. De acordo com o que foi comentado por ele, trata-se apenas de se certificar que, ao colocar uma peça conhecida em outro iPhone, o usuário obterá a melhor qualidade possível. “Por que isso é ruim?”, questionou.

Mesmo com o avanço representado pela nova posição, vale notar que a flexibilização não é total: os componentes do Touch ID e do Face ID continuam com limitações ao serem trocados por peças de outros iPhones. O executivo destacou que eles são componentes críticos para a segurança dos dispositivos, dada a quantidade de informações armazenada nos aparelhos.

Ele apontou que a empresa não tem uma forma de validar o desempenho de componentes de biometria de terceiros. Dessa forma, o uso de peças dessa origem não é habilitado em recursos-chave de segurança. Em outros aspectos, porém, seria habilitada a utilização. Também foi dito que peças de segunda mão não funcionam da mesma forma que as originais porque a Apple não sabe calibrá-las para trabalhar como o pretendido.

Reparabilidade e leis

Outro fator comentado pelo executivo foi o fato de as mudanças não terem sido diretamente motivadas por obrigações legais. “Queremos tornar as coisas mais reparáveis, então estamos desenvolvendo esse trabalho de qualquer forma”, afirmou.

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Ele disse inclusive que, até certo ponto, a sua equipe “bloqueia-se de notícias do mundo”, por saber que está fazendo o certo ao focar nisso — e que a empresa vinha trabalhando nas mudanças há anos. A companhia tampouco fornecerá partes usadas para assistências ou técnicos.

Ao The Washington Post, ele disse que engenheiros da Apple em todo o território americano tiveram de descobrir como mudar o design, os componentes e o processo de produção para permitir o uso das partes sem comprometimento. Ele também afirmou que a Maçã “acredita totalmente que peças de terceiros devem ser usáveis em reparos”, desde que o uso seja devidamente informado.

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Além disso, para Ternus, a reparabilidade em isolado “não é sempre a melhor resposta”. Umas das suas preocupações é o fato de algumas pessoas terem a reparabilidade como uma meta. Contudo, para ele, esse fator seria um meio para um fim, enquanto o objetivo seria construir produtos duráveis.

Ao focar demais na questão da reparabilidade, termina-se “gerando consequências inesperadas que seriam piores para o consumidor e para o planeta”, disse o executivo. Ele também destacou a importância da transparência quanto à realização de reparos e às peças de iPhone — presente na seção “Histórico de Peças e Serviços” , dentro dos Ajustes —, especialmente considerando a popularidade de dispositivos usados.

Ternus disse, ainda, que a empresa não bloqueia o uso de baterias de terceiros, embora entenda ser importante poder notificar os consumidores quando não trata-se de um componente autêntico em razão de possíveis riscos. Ele também afirmou esperar que isso motive terceiros a melhorarem a qualidade das suas peças.

Não houve, vale notar, comentários se a Apple deverá cumprir a lei do Oregon. Nos termos colocados, é improvável que a empresa cumpra totalmente a legislação, considerando as restrições existentes.

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