O melhor pedaço da Maçã.

E agora, o Apple TV deixou de ser hobby?

Apple TV na mão

Há uma semana, se alguém me perguntasse o que eu achava do Apple TV, teria uma resposta pronta: não vejo muito sentido em ter um agora, mas acredito (e espero) que seja mais um mercado “agitado” pela Apple.

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No final da última keynote, fiquei muito empolgada com a atualização do gadget televisivo da Maçã, mas reparei que para muitos foi o ponto mais fraco do evento. Com base nisso, venho aqui deixar minha opinião sobre a novidade.

O problema

Logo do NapsterEu sou do tempo do Napster, aquele que aterrorizou as gravadoras. Depois dele vieram mais outros serviços para baixar muitas e muitas músicas sem pagar nada. Como era “livre”, quem usava esses “serviços” corria o risco de procurar por Madonna e acabar ouvindo Slipknot, ou mesmo a própria Rainha do Pop, mas com uma qualidade de som terrível e uma vinheta de rádio por cima. Além disso, você já tentou explicar pros seus pais ou tios qual arquivo eles deveriam baixar em meio àquelas listas enormes na busca de Kazaa & Cia.? Então! Chegou um ponto em que, pra muita gente, compensa mais pagar alguns dólares e ter a música perfeitinha no seu iPod, sem engano, sem vírus, sem estresse.

Essa é a minha relação com a TV. Sou viciada em séries e chego a acompanhar umas 15 ao mesmo tempo, mas acho que já passei da idade — mais conhecida como “paciência” — de ficar vasculhando torrents todo santo dia. Também não quero mais ter que ligar o MacBook na televisão do quarto (com aquele kit de fios) a cada novo episódio, nem ficar me preocupando com a numeração de cada capítulo… Pra mim, televisão tem que ser simples: você senta e assiste. Sem passo 3!

Logo do TiVo tristeInfelizmente, nosso padrão digital deixa a ideia de um TiVo ainda mais distante da realidade tupiniquim, e quem quer acompanhar um programa sem ficar dependendo da grade de horários dos canais não tem escolha: é torrent, RapidShare, MegaUpload e por aí vai. Nota: nem vou entrar no assunto “pirataria”, por ora! 😛

Na iTunes Store a gente já podia comprar episódios facilmente, mas algumas séries saíam pelo mesmo preço de um DVD (que vem com caixinha, legenda e tudo mais): impraticável para quem assiste a diversos títulos e ainda tem que sustentar a vida geek que levamos.

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Pra completar, quem está acostumado a consumir conteúdo na internet não volta para a via única da TV tradicional. Você não pausa, não volta, não grava, não interage e ainda tem que aguentar comerciais querendo montar uma academia na sua casa!

A solução

Isso foi parcialmente resolvido na última keynote. O “One more thing…” do tio Jobs anunciou que nós podemos comprar um aparelhinho por menos de US$100, sentar em frente à televisão e… assistir. E a ideia não faz sentido somente para os viciados em séries, como eu. Fazendo as contas de US$1 por episódio, sai bem mais barato que pagar uma assinatura de TV a cabo pra _rechear_ o Apple TV de aluguéis em alta resolução. O mais importante: pagar pelo que você realmente quer ver, sem pacotes que incluem aqueles canais obscuros que você nunca vai parar pra assistir.

Portas traseiras do novo Apple TV

Saindo do assunto “séries”, vamos pensar em quantas pessoas preferem ver filmes em casa, seja pela preguiça, seja pela televisão gigante que acabou de comprar, seja pra evitar aquele grupinho de adolescentes fazendo festa na sala de cinema. Já viram os preços que as locadoras estão cobrando pelo aluguel? E é bom devolver em exatas 24h, senão!… Colocando na balança, pra muita gente pode compensar — e muito.

No Brasil

Mas o “parcialmente” que escrevi acima diz respeito a boa parte dos brasileiros. Primeiro, pela limitação da loja norte-americana; segundo, pela ausência de legendas. Acredito que grande parte de vocês já tenha uma conta gringa na iTunes Store* e não tenha problemas em brincar de comprar Gift Cards no eBay de vez em quando, então o problema maior seria para os que fazem questão da tradução. Esperar que no Brasil façam legendas para a loja da Maçã e comercializem os programas livremente é sonho!

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Por essas limitações do conteúdo, o Apple TV ainda não é um produto global, mas é sim realidade para o uso de um grande público: vide a popularização do TiVo lá fora!

· · ·

Mesmo sem um player Blu-ray embutido — já desisti da combinação entre Maçã e BD —, para mim o Apple TV foi a melhor novidade do evento musical. Não sei dizer se vou comprar um agora… Pelo menos até saber o preço do iPhone 4 no Brasil, né? [Vivo, colabora!] Ainda assim, minha satisfação já é grande em saber que o modelo antiquado de televisão logo já estará de mãozinhas dadas com aquele modelo pré-iPod das gravadoras. So say we all.

Gostou do assunto? Vale ler o que já escrevi por aqui em “A revolução não será televisionada” para complementar os argumentos. 😉

* Só pra lembrar: usar uma conta internacional viola os termos de uso da loja.

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