No início do mês, uma reportagem do The Information estimou que o Apple TV+ teria cerca de 40 milhões de usuários ao redor do mundo — sendo metade deles ainda usuários da avaliação gratuita do serviço. Pois agora, informações divulgadas pela própria Apple mostram que boa parte desse universo de usuários está na América do Norte (nos Estados Unidos e no Canadá).
De acordo com a CNBC, a Apple informou que, em julho passado, sua plataforma de streaming de vídeos teria menos de 20 milhões de usuários nesses dois países. A informação foi dada à IATSE (International Alliance of Theatrical Stage Employees), sindicato que representa técnicos da indústria teatral e audiovisual dos EUA.
A Apple não costuma divulgar números oficiais de usuários ou assinantes dos seus serviços, mas revelou os números do Apple TV+ com um objetivo específico: economizar. Pelas regras da IATSE, uma parte do pagamento dos técnicos varia de acordo com o número de assinantes da plataforma em questão, independentemente do orçamento de uma produção.
Por ter menos de 20 milhões de assinantes nos EUA e no Canadá, a Maçã pode pagar um pouco menos aos técnicos em relação às gigantes do setor, como a Netflix e a Disney, que têm números na casa dos nove dígitos.
Essa diferença de pagamento, entretanto, não tem agradado muito os técnicos do mundo audiovisual — os profissionais não veem sentido na Apple, a empresa mais valiosa do mundo, pagando menos a trabalhadores da área, mesmo que o orçamento médio das suas produções iguale ou exceda o das suas principais concorrentes.
Por conta disso, há ameaça de greve: o sindicato quer negociar melhores condições de contratos e igualar o status da Apple — e das demais plataformas de streaming — ao das produtoras de conteúdo tradicionais, para a chamada TV linear. Líderes sindicais argumentam que o streaming não pode mais ser considerado uma “nova mídia”, e precisa estar sujeito às mesmas regras já estabelecidas para a produção tradicional de conteúdo audiovisual.
Veremos, portanto, no que dará tudo isso — por ora, a Apple não se pronunciou sobre o assunto.
via Engadget