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Crystal Defenders, mais um jogo da Square Enix para iPods

Parece o primeiro FF para iPhone, mas não é

Fato: eu sou completamente doente por jogos da série Final Fantasy. Fato: desde que eu fiquei sabendo que os PMPs da Apple estavam na mira da Square Enix, produtora dos ditos jogos, comecei a me contorcer de emoção. Fato: o primeiro jogo da série para iPhones/iPods touch é uma decepção/catástrofe/derrota/ofensa à minha pouca inteligência.

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Parece o primeiro FF para iPhone, mas não é
Parece o primeiro FF para iPhone, mas não é

Foi muito difícil imaginar que um jogo de estratégia com interface feita nas coxas tenha saído da mesma seara que nos deu o fantástico Final Fantasy Tactics, mas a razão é simples: Crystal Defenders não foi concebido para a plataforma iPhone. Este jogo é para quem tem click wheel, sejam os iPods nano 3G/4G ou os iPods classic 5G.

Havendo uma versão Lite disponível gratuitamente, pude testar com minhas próprias mãos e fazer uma análise mais profunda. Vamos a ela?

A primeira coisa que você nota ao jogar Crystal Defenders é que realmente ele foi feito pelos magos da Square: a trilha sonora e a tela-título, assim como um tutorial completíssimo e com lindas ilustrações, já avisam que “este não é um jogo qualquer”. Contudo, basta iniciar uma partida para perceber o quanto “este jogo não é para iPods touch, muito menos para iPhone”. A tela é dividida ao meio: a metade de cima é a área de jogo, a de baixo, uma click wheelUma click wheel!! Com direito a botão central e tudo… Não tenho palavras para falar o quanto isso foi estúpido: olhar para as imagens abaixo chegar a dar um nó no meu cérebro. >.<

Crystal Defenders — escolhendo tropasCrystal Defenders — aumentando o nível de uma tropa

Praticamente nada de bom da interface dos gadgets mais avançados da Apple foi usado: nada de multi-touch, a tela fantástica de 3,5 polegadas mandou lembranças. Tocar a área de jogo só faz com que você mova o cursor para o ponto almejado e o acelerômetro é usado apenas para mudar a interface para um modo de “tela cheia”, no qual você não pode fazer nada além de assistir ao desempenho de seus personagens.

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Se você fechar os olhos e disser um mol de vezes “isto não é um touch, é um classic”, porém, as coisas melhoram. Contando com o charme 16-bit que fez da série Final Fantasy o sucesso salvador da Squaresoft, Crystal Defenders é tudo o que se pode esperar de um jogo bonito, simples em sua elegância e divertido. Como já mencionei, as músicas são de nível e a arte, meio retrô com sprites mínimos, tem o charme dos antigos jogos de SNES. Mesmo com uma panóplia de monstros e personagens na tela, não experimentei um slow down que fosse. Os cenários em si são a mais pura nostalgia, com pequenos detalhes que saltam aos olhos: só quem jogou uma obra prima como FF VI para saber do que estou falando… Ainda há detalhes na interface que mostram um pouco de apuro: à esquerda da tela de jogo você pode ver os monstros que virão e, à direita, você recebe uma dica de quais são os tipos de tropa mais recomendados para enfrentá-los.

Crystal Defenders — modo "tela cheia"Crystal Defenders — modo "tela cheia"

Crystal Defenders — profissõesComo qualquer jogo no estilo tower defense, você espalha suas tropas para evitar que uma horda de monstros chegue ao final de uma trilha, roubando cristais — você começa todas as fases com 20 deles. Só que você não empregará torres, mas sim personagens com as profissões clássicas de outros jogos da Square: soldados, arqueiros, magos negros e até conjuradores! Saudosista e fantástico, principalmente porque se passa em Ivalice, um dos universos mais persistentes ao longo da série, sendo o palco para FF XII, FF Revenant Wings, FF Tactics, FF Tactics Advance e sua continuação, além da obra de arte Vagrant Story. Os inimigos também são velhos conhecidos de quem já jogou FFs: Tomberries, Molboros, Lamias, Flans… o baile todo! Cada um tem suas características próprias, sendo que você ainda enfrenta “chefes” com HP absurdamente alto e que roubam vários cristais de uma vez só.

No fim das contas, Crystal Defenders merece uma estrela: a Square conseguiu de novo fazer um super jogo, colocando até os iPods menos badalados para brigar mais acirradamente com PSPs e DSs da vida. Só que, ao mesmo tempo, a idéia de portar esse jogo para iPhones merece ir para a lista de decisões mais estúpidas que alguém já tomou: ficou um trabalho tosco, parece que o jogo roda num emulador feito por amadores e _nada_ justifica pagar US$8 por ele — nem mesmo os mapas no modo W3, mais complexos, exclusividade da versão completa para iPhones. Se uma atualização fizer o jogo rodar em alta resolução no modo horizontal e com comandos multi-touch, quem sabe… Fica meu veredicto: se você tem um iPhone e uma conta na iTS norte-americana, baixe a versão Lite, delicie-se e seja feliz por alguns minutos. Por outro lado, se você tem um dos iPods com click wheel compatíveis, não perca tempo: a US$5, este jogo é uma pechincha.

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Você pode baixar a versão Lite aqui, ou comprar a versão completa para iPhone aqui. Já para os demais iPods, você encontra o jogo completo à venda aqui.

Enquanto isso, permaneço à espera de um RPG de verdade, com personagens esféricos e uma estória a qual dê gosto de acompanhar, ouviu, Squenix?

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