Na internet, a Apple nunca foi vista como opção de primeiro escalão para serviços na nuvem — também não foi por menos, afinal de contas, lançamentos como o finado MobileMe depuseram bastante contra. Porém, há cinco anos, quando a Apple silenciosamente adquiriu uma empresa chamada Siri, o público em geral focou sua atenção para o que pudesse simplesmente concorrer com o Google em buscas, como uma assistente virtual rivalizando o Now.
Esse produto veio para o iPhone 4s um ano depois, em 2011. Outra parte das chamadas “coisas de inteligência virtual” que Steve Jobs (na época CEO da Apple) mencionou em público chegaram este ano, como parte do iOS 9. E agora, o The Information cita ter conhecimento de planos da empresa para construir uma nova plataforma de computação em nuvem, usando a mesma tecnologia que fez a Siri evoluir ao longo dos últimos anos em iPhones, iPads e iPods touch.
Ao longo dos anos, a Apple fez grandes avanços na construção da sua assistente virtual. Um dos mais recentes foi mover sua execução para um ambiente baseado no Apache Mesos, software de código aberto destinado a orquestrar recursos de infraestrutura e torná-los facilmente acessíveis para desenvolvimento em larga escala. Embora tenha sido originalmente concedido para uso com sistemas operacionais Linux, o Mesos é um projeto que está em andamento sob bastante influência da Apple; aliás, é possível até hospedá-lo em Macs para uso.
Segundo o artigo do The Information, esse cenário tem sido benéfico para atrair interessados em trabalhar no projeto, mas a abordagem da Apple torna difícil retê-los por conta das diferenças entre os perfis dos dois lados. Programadores open-source valorizam com total razão a autoria pública das contribuições que realizam e, como os trabalhos com a Siri resultaram na criação de uma camada de software proprietária para a empresa, ela limita o retorno disso ao código-fonte do Mesos. Acredita-se que isso melhore com o tempo, conforme a empresa mesclar diferentes componentes de código aberto nas suas novas soluções.
Para o que a Apple oferece hoje, uma nuvem centralizada hospedaria tanto o iCloud quanto o iTunes, na qual estão as suas maiores audiências na internet, além de seus portais e outros serviços especializados, como a própria Siri e o Mapas — todos montados sobre a mesma plataforma. Há muita diferença tecnológica entre as diferentes ofertas, visto que foram desenvolvidas por equipes diferentes no passado. A base de código mais antiga em atividade pertence em parte à iTunes Store, mantida com base em WebObjects, uma API que a Apple abandonou para uso externo em 2009.
Expansão de pesquisas com mapas
Durante essa centralização mencionada em rumores, a Apple também deverá expandir ainda mais as ofertas do seu serviço de mapas, que recebeu suporte a rotas de transporte público no iOS 9. Fontes na Europa alertam para uma expansão das áreas de pesquisa e desenvolvimento da empresa situadas na Suécia, que estariam trabalhando em tecnologias avançadas para serem incorporadas dentro dele.
Ainda não se sabe para qual finalidade esse grupo estaria crescendo na Europa, mas, além do trabalho com novidades, há espaço para diversas iniciativas de preencher limitações das funcionalidades atuais do Mapas em muitos países. Além disso, uma frota de vans equipada com equipamentos de coleta de dados está circulando o velho continente há meses, o que muitos apostam na elaboração de um concorrente para o Street View, do Google Maps.