O melhor pedaço da Maçã.
Siri Remote

O novo controle da Apple TV resolve os antigos problemas?

Em abril do ano passado, a Apple anunciou uma nova Apple TV 4K. No entanto, o dispositivo, como vocês bem devem saber, chegou com melhorias pontuais — para não dizer mínimas — quando comparado ao modelo anterior, de 2017.

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Nessa nova geração, temos um novo chipset (o A12 Bionic, presente nos iPhones XR e XS/XS Max), uma nova porta HDMI 2.1, suporte a Wi-Fi 6 e sutis melhorias em outros aspectos do hardware.

Em contrapartida, é fato que todos os olhos se voltaram não para a recém-lançada caixinha da Maçã, mas sim para o que estava fora dela: o novíssimo Siri Remote — ou Apple TV Remote, nas regiões onde a assistente virtual da Maçã não está disponível.

A empresa, na verdade, não apenas fez pequenos avanços, mas basicamente deixou de lado o design do modelo anterior e o redesenhou “do zero” — o que foi bastante elogiado, dado que o controle que acompanhava a Apple TV 4K antiga era amplamente questionado (para não dizer odiado).

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E, sendo bem sincero, era consenso: antes mesmo de as pessoas colocarem as mãos no novo Siri Remote, já se especulava que ele fosse bem melhor que o seu antecessor. Hoje, caros leitores, trago minha análise para que vocês tomem suas conclusões: afinal, será mesmo que o novo Siri Remote resolve os antigos problemas?

Por que o antigo modelo era odiado e como a Apple corrigiu os erros dele?

De cara, logo quando a empresa anunciou o novo controle remoto para a Apple TV, uma das coisas que mais me chamou atenção foi o tamanho exagerado dele. Eu, no caso, pensava que ele seria monstruosamente maior, mas não é bem assim.

Colocando ambos lado a lado, é possível ver que o novo é um pouco mais alto, mas não tanto quanto eu imaginava. Em questão de largura, os dois também são bastante similares. Já com relação ao peso, aqui sim temos uma diferença: o antigo pesa cerca de 45g, enquanto o novo pesa mais ou menos 65g.

Ainda que seja mais pesado, o novo Siri Remote é mais leve do que muitos controles remotos por aí, então isso provavelmente passará despercebido ao segurá-lo — mas isso, claro, é questão de gosto.

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Eu, particularmente, prefiro a pegada do controle atual e pude sentir que esse peso a mais passa uma ideia de mais robustez quando colocado ao lado do modelo antigo. Além disso tudo, o novo Remote é perceptivelmente mais grosso que o antigo.

Ambos podem ser recarregados pela porta Lightning e, na parte inferior do controle mais recente, é possível ver um componente preso por parafusos — algo nada Apple-like — e imaginava uma peça única de alumínio, mas não podemos ter tudo que queremos, não é mesmo?

Mais diferenças

As diferenças continuam quando analisamos os botões do novo Siri Remote. No controle mais antigo, o botão da Siri estava posicionado no lado esquerdo (entre o botão de play/pause e o botão de menu).

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No modelo mais novo, a Siri agora está do lado direito, da mesma forma que a Apple implementou em seus smartphones quando eliminou o botão de Início — mais precisamente em 2017, com a chegada do iPhone X.

Aqui temos um ponto a elogiar, dado que para quem possui um dispositivo mais recente, a memória muscular trabalhará bem — portanto, a decisão de mover o botão da assistente para a lateral do controle faz total sentido.

Eu, pessoalmente, acho esse lugar bem mais prático e bem mais conveniente, já que no modelo antigo acabava chamando a Siri quando queria reproduzir ou pausar o conteúdo. Portanto, tirar esse botão do caminho funcionou impecavelmente para mim. Quanto às outras funções, temos o mesmo botão de play/pause como antes, o mesmíssimo botão de TV (ou de Início, caso você o altere nos Ajustes) e botões de volume.

Nessa nova geração, a Apple implementou um novo botão de silenciar (ou colocar no mudo) o conteúdo que você estiver assistindo, embora eu o ache tão inútil quanto qualquer outro botão de mudo em qualquer outro controle remoto — não é mais fácil pausar?

Por outro lado, a empresa trocou o botão de menu por um de voltar, a verdadeira forma como muitas pessoas (incluindo eu) o utilizavam no Siri Remote antigo. Um dos novos botões — que talvez você tenha percebido — é o de energia (ligar/desligar), no canto superior direito do novo Siri Remote.

Todos nós sabemos que não é muito a cara da Apple fazer com que seus dispositivos “desliguem”. E, sim, eu sei que muitos dos aparelhos da Maçã não desligam a menos que você os tire da tomada.

De certa forma, me incomodava ter que deixar minha Apple TV desligar sozinha para, então, ligá-la manualmente quando eu fosse assistir. Isso não acontece mais com o novo botão. Quando eu não quiser mais assistir, basta pressioná-lo por alguns instantes que tanto a set-top box quando a TV em si são desligadas.

O odiado (e temido) touchpad

Talvez a parte mais criticada do Siri Remote anterior foi a que mais recebeu atenção da Apple na nova geração — sim, estou falando do touchpad.

Na versão antiga, toda a navegação pelo tvOS era conduzida por uma área sensível ao toque, que mais se parecia com os trackpads dos MacBooks (quem dera ele fosse tão bom quanto). Bastava deslizar para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda com seu dedão para selecionar o que você queria, além de ser possível clicar para confirmar alguma escolha.

Dessa forma, tínhamos um problema que apelidei de “8 ou 80”: ou o controle era muito lento quando você diminuía a sensibilidade (o que tornava quase impossível sua usabilidade) ou ele respondia de forma exagerada quando a sensibilidade era colocada no máximo (fazendo com que a precisão para ir diretamente a uma cena de um filme ou série fosse por água abaixo).

Constantemente me via no dilema de não parar no app que queria abrir porque, ao fazer esse gesto, o controle deslizava muito; navegar para um ponto específico de algo que estava assistindo, então, nem se fala!

Também era possível avançar ou retroceder dez segundos em qualquer conteúdo clicando nos cantos esquerdo ou direito do trackpad, mas (novamente) isso funcionava tão mal que às vezes era possível realizar as ações uma ou duas vezes e, do nada, elas simplesmente paravam de funcionar.

Tudo isso fazia com que a experiência do antigo Siri Remote fosse extremamente frustrante. Felizmente, o touchpad do novo Siri Remote está bem melhor, trazendo consigo uma leve inspiração na Click Wheel dos iPods. Por aqui, temos um anel sensível ao toque, que também pode ser clicado para todos os lados.

Dessa forma, é possível navegar com uma maior precisão por qualquer conteúdo. No meio, temos um touchpad que também é clicável e sensível ao toque — ou seja, temos o melhor dos dois mundos. E não apenas isso: indo aos Ajustes, ainda é possível mudar a função desse touchpad para que ele seja apenas clicável, encaixando-se, portanto, nas necessidades de cada usuário.

Alguns retrocessos…

Como nem tudo são flores, assim que os usuários começaram a testar o novo Remote, se deram conta de que alguns avanços estão ausentes na segunda geração do controle.

É o caso do giroscópio e do acelerômetro. Sem os dois sensores, o novo controle não funcionará da forma correta como joystick em alguns jogos presentes na App Store e no Apple Arcade da Apple TV.

Portanto, se você tiver um, aconselho manter o antigo Siri Remote por perto para ocasiões como essa. Ainda assim, a falta desses controles de movimento pegou todos de surpresa, já que a nova Apple TV deveria ter um foco maior em jogos e chegou quando o Arcade estava se consolidando.

Além disso, o novo Siri Remote não possui o chip U1, nem é compatível com a rede Buscar (Find My). Havia especulações de que um novo controle remoto para a Apple TV poderia teria um recurso de busca — afinal, quem nunca perdeu um controle remoto? Mas esse recurso não foi implementado. Dessa forma, é bom redobrar o cuidado com ele.

Afinal, o novo Siri Remote resolve os antigos problemas?

Não se enganem: a Apple TV 4K é o melhor dispositivo desse nicho, e a Maçã sabe disso. No entanto, a grande estrela desse novíssimo “pacote” não é a set-top box em si, mas sim seu controle remoto que, de fato, resolve alguns dos antigos problemas que tínhamos. Ele é simples, minimalista e intuitivo de usar.

Na prática, temos o mesmo Remote que já conhecíamos com um novo design, botões sutilmente ajustados e um anel de navegação confortável. Ainda assim, acredito que cobrar R$750 por ele é pedir muito por um “simples” controle remoto.

Um Fire TV Stick 4K da Amazon, comparativamente, custa R$450, entregando de forma competente (quase) tudo o que uma Apple TV também oferece — com direito a controle remoto, o que pode atrair muitos consumidores.

Ainda assim, se o “casamento” com a sua “antiga” Apple TV HD ou Apple TV 4K vai bem, mas você deseja dar uma “vida nova” a ela, o Siri Remote de segunda geração com certeza oferecerá uma experiência de navegação indiscutivelmente melhor. Mas se você já tem um Siri Remote de primeira geração e está satisfeito com ele (por mais que tenha inúmeros defeitos), o investimento não vale a pena.


Depois de expor tudo o que penso sobre o novo Siri Remote, deixo agora que vocês, leitores, tirem suas próprias conclusões sobre a nova geração do controle remoto. Além disso, fiquem à vontade para conversar a respeito do aparelho na seção de comentários! 😉

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