O melhor pedaço da Maçã.
Koshiro K / Shutterstock.com
Ícones do ChatGPT e da Apple em um iPhone

“Apple GPT” estaria em uso interno; IA poderá ser anunciada em 2024

Embora a Apple esteja demonstrando cautela no que tange à inteligência artificial generativa e modelos de linguagem LLM1Large language model, ou modelo largo de linguagem., o desenvolvimento de tais tecnologias aparenta estar a todo vapor na companhia, ao menos internamente. Embora ainda não saiba bem como isso poderá se materializar em um produto final para os consumidores, já há informações sobre os planos da Maçã nesse sentido.

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De acordo com o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, a Apple já tem um sistema de IA generativa, chamado “Ajax”. Ele é baseado no Google Jax, serviço de aprendizagem de máquina da gigante das buscas, e está sendo usado para construir modelos de linguagem, a partir dos quais funcionam soluções como o ChatGPT e o Google Bard.

Nos últimos meses, segundo Gurman, os esforços da Maçã em matéria de IA aumentaram bastante, com diversos times colaborando com o projeto, além de estarem pensando em um fortalecimento em serviços de computação na nuvem e infraestrutura. As equipes trabalhando nessa esfera estariam, porém, enfrentando desafios relativos à privacidade do usuário.

Além disso, já estaria funcionando — apenas internamente e de forma restrita — um “Apple GPT”, ou seja, um chatbot similar ao da OpenAI. Apesar de preocupações iniciais com a segurança, o sistema foi expandido para mais funcionários, embora a companhia ainda exija uma aprovação especial para o seu uso. Não há planos, ao menos de início, para que o sistema seja lançado para o público.

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Nada que sair do sistema tampouco poderá ser utilizado para implementar nos recursos destinados aos consumidores. Apesar disso, o “Apple GPT” estaria sendo utilizado de forma assistencial na fase de protótipos, além de resumir textos e questões a partir dos dados com os quais é alimentado. Outras empresas, como a Samsung, também estão usando soluções parecidas, para evitar vazamentos de dados no uso de soluções de terceiros.

Em busca de uma estratégia

Para que esses avanços sejam levados aos consumidores, porém, ainda será necessário formular uma estratégia. Nos últimos meses, acompanhamos o lançamento de diversas tecnologias de IA generativa direcionadas ao consumidor, a exemplo do ChatGPT. A Apple — ainda que tenha serviços que envolvem IA, como a Siri — não entrou na onda, preferindo, como dito, agir com mais cautela e entender melhor o mercado. A empresa, por outro lado, já reconheceu as potencialidades das novas tecnologias.

Assim, ainda que não esteja nos planos de curto prazo da gigante de Cupertino levar o “Apple GPT” ao consumidor final, algumas pessoas com conhecimento sobre a questão acreditam que a empresa poderá fazer algum anúncio “significativo” relativo à IA no próximo ano. Outro desafio importante é justamente a formulação de uma estratégia, além de entender como recursos com modelos de linguagem e afins poderão melhorar a experiência do usuário.

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Os executivos liderando essa área são John Giannandrea (chefe de aprendizado de máquina e IA da empresa desde 2018, quando saiu do Google para a Apple) e Craig Federighi (vice-presidente sênior de engenharia de software). Eles, contudo, ainda não formularam uma estratégia conjunta com tanta força, com Giannandrea preferindo uma abordagem mais conservadora.

Ao mesmo tempo em que vem desenvolvendo capacidades de IA, a Apple também conduziu um teste corporativo da tecnologia da OpenAI. A Maçã teria, ainda, considerado assinar um contrato com a desenvolvedora do ChatGPT, o que não seria algo inédito para Maçã: tanto o Google Cloud quanto o Amazon Web Services (AWS), por exemplo, são usados junto à infraestrutura de computação na nuvem da empresa para o funcionamento dos sistemas.

Ainda, a Apple está com vagas abertas para especialistas em IA generativa e modelos de linguagem, mostrando que ela de fato quer expandir essa tecnologia. Será importante a presença de pessoas capacitadas para que a empresa consiga formular estratégias efetivas de incorporação das inovações.

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Uma área de implementação mais “óbvia” seria a Siri, assistente virtual (considerada por muitos consideravelmente ultrapassada) dos dispositivos da Apple. No iOS 16.4, por exemplo, foram encontrados indícios de uso de linguagem natural na assistente pessoal. A IA também vem sendo usada em melhorias nos Mapas e na busca, bem como em um novo recurso de autocorreção do teclado do iOS 17 e outros, como o Texto ao Vivo (Live Text), que envolvem aprendizado de máquina.


Embora nem mesmo a Apple saiba com muita exatidão como aplicará as mais recentes tecnologias de IA, é inegável que elas se tratam de uma tendência de mercado e, assim, a companhia não poderá apenas assistir de perto o seu desenvolvimento e “seguir com cautela” para sempre. Dessa forma, as informações mostram como ela está respondendo aos estímulos da concorrência e da inovação para além do que já foi dito de forma pública.

Após a publicação da reportagem da Bloomberg, para se ter uma ideia, as ações da Maçã subiram 2,3%, mostrando que o mercado vê com bons olhos as incursões da companhia na criação de recursos e serviços com IA generativa. Restará ver como exatamente a Apple dará a sua “interpretação” a essas tecnologias, considerando questões como a privacidade.

Notas de rodapé

  • 1
    Large language model, ou modelo largo de linguagem.

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