Não é novidade que a Netflix planeja cobrar um valor adicional na mensalidade de usuários que compartilham suas contas com pessoas que não moram na mesma residência — a empresa, inclusive, já começou a testar a aplicação dessa cobrança em alguns países.
Mas como a empresa verificará se a conta está ou não sendo utilizada em determinado endereço? E em casos de viagens, a pessoa será impedida de acessar a conta por estar em outro local? Essas perguntas foram vagamente respondidas pelo serviço de streaming em uma página de ajuda disponível em países onde a cobrança adicional já foi ativada — como na Costa Rica.
Nestes países, cada conta está associada a uma “residência Netflix” — nada mais que uma casa principal onde os usuários que nela residem contarão com acesso à conta sem impedimentos por parte do serviço. Para que um aparelho esteja vinculado a esse local padrão, é necessário que pelo menos um conteúdo tenha sido assistido na Netflix por ele na mesma rede Wi-Fi da casa nos últimos 31 dias.
Isso permite que o acesso seja mantido mesmo quando o usuário estiver no carro, no trabalho ou na casa de amigos. Pelo menos em teoria, também permite que usuários que não moram na “residência Netflix” tenham acesso ininterrupto à conta, desde que possam fazer visitas periódicas à casa do usuário principal.
E em caso de viagens?
Caso o aparelho usado na viagem tenha passado pelo processo dos 31 dias antes de embarcar, ele continua com acesso até que o ciclo de confirmação precise ser renovado. Após isso — ou até mesmo caso a pessoa queira acesso em outro dispositivo (como a TV do hotel, por exemplo) —, é possível solicitar um código de acesso para assistir ao serviço por mais sete dias no dispositivo não confiável, como informa essa página de suporte da empresa.
A Netflix informa que a quantidade de códigos de acesso será limitada (ao que tudo indica, dois códigos por aparelho), o que significa que, caso o usuário viaje por um longo período, sua única opção para continuar tendo acesso ao conteúdo da plataforma com a mesma conta seja mudar a “residência Netflix”. Caso contrário, ele deverá assinar um novo plano.
E quanto ao Brasil?
A mesma página de ajuda sobre compartilhamento de contas, em sua versão brasileira, também deixa claro que usuários só podem compartilhar seus dados com pessoas que moram no mesmo domicílio, mas que, enquanto a possibilidade de adicionar uma residência por um custo adicional não chega por aqui, o acesso a terceiros será dificultado de forma bem mais branda.
Segundo a empresa, quando for detectado o acesso de um aparelho não associado à residência do usuário principal (provavelmente seguindo o critério de confirmação dos 31 dias) ou quando a conta for acessada regularmente de outro local, poderá ser solicitada uma verificação do aparelho para o acesso ser liberado.
Essa verificação acontecerá mediante envio de um link para o email ou para o celular vinculado à conta do titular, o qual conterá um código de verificação de quatro dígitos. Ele precisará ser inserido no novo aparelho solicitado dentro de 15 minutos — o que é semelhante ao método adotado por outros serviços de streaming.
Apesar de dificultar o acesso em relação ao login facilitado atual, esse método nada mais é do que uma espécie de autenticação em duas etapas e — pelo menos na prática — também não impedirá usuários externos de acessar a sua conta. Nesse caso, eles não precisam nem mesmo morar na mesma casa ou cidade onde se localiza a residência Netflix.
Nos resta saber até quando…
via Tecnoblog