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XDM-100

Review: microfones XCM-50 e XDM-100, da RØDE X

Em outubro de 2020, a australiana RØDE surpreendeu ao entrar no mercado de streaming/jogos com uma nova marca, a RØDE X. Essa nova linha começou com dois produtos, o XCM-50 (um microfone condensador USB-C) e o XDM-100 (um dinâmico USB-C).

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Pois eu venho utilizando esses microfones alternadamente desde então e compartilharei, abaixo, a minha opinião sobre eles.

Meu histórico de microfones

A primeira vez que utilizei um microfone de forma profissional foi há 11 anos, quando gravamos o primeiro episódio do MacMagazine no Ar — e eu peço que vocês nem se deem ao trabalho de dar play nisso! 🤪

Naquela época, o que eu tinha em mãos era o microfone integrado aos fones de ouvido EarPods, da Apple. E eu o utilizei por um bom tempo até que, após algumas dezenas de edições — e depois de o projeto ter realmente se firmado —, investi em um Blue Yeti (condensador). Eu permaneci muito tempo com esse microfone — e realmente nem lembro muito bem da qualidade dele —, mas acabei sentido a necessidade de algo mais portátil. Foi aí que, numa das edições do MM Tour, resolvi comprar o Apogee MiC Plus (também um microfone condensador).

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Eu optei por ele pois, naquela época, era o microfone que o Rafa e o Breno utilizavam também. Então a gente já sabia que ele tinha qualidade — e, de quebra, todo mundo tinha a mesma base de áudio. E fiquei — muito satisfeito, por sinal — com o MiC Plus até recentemente, quando a RØDE X me enviou esses dois novos microfones para eu testar junto a um braço articulado PSA1+.

Design

Falando especificamente do visual e da usabilidade desse dois modelos, assim que eu abri as caixas, tudo me agradou demais!

Já sabemos que os produtos da RØDE são de ótima qualidade, então isso não é lá muita surpresa. Mas é sempre bom abrir uma caixa e se deparar com um bom produto dentro, criado com carinho, com materiais premium e visual para lá de agradável.

XCM-50

Falando do XCM-50, que eu testei primeiro por ser também um condensador, ele é bem mais avantajado e imponente que o MiC Plus — em cima da mesa, chama muito mais atenção. O tripé dele, então, é bem superior ao que vem junto ao MiC Plus, oferecendo mais facilidade/segurança nos ajustes e firmeza quando em cima da mesa — é muito mais fácil ajustar o ângulo perfeito para utilização no XCM-50, por exemplo.

A conexão USB-C também é ótima — no Apogee, temos uma entrada Micro-USB — pois torna o produto bem mais universal. Esqueceu o cabo? Sem problemas, afinal todo mundo hoje em dia tem um cabo USB-C/USB-C. Na caixa, além do microfone, do tripé e do cabo USB-C, temos ainda um cabo para headphones.

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Se tem um ponto óbvio aqui que poderia apontar como uma desvantagem dele, é claro, é a portabilidade. Como o XCM-50 é maior e mais parrudo (pesando 492 gramas, contra 200 gramas do MiC Plus), ele perde um pouco na hora de colocar na mochila e levar para algum lugar a fim de não perder a qualidade na hora das gravações fora do seu local de trabalho — eu, por exemplo, costumo viajar às vezes e gravar o podcast fora, então, nessa hora o MiC Plus era mais interessante por ser muito portátil.

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São escolhas, é claro. Para o meu dia a dia, o XCM-50 é mais interessante por conta do visual mais moderno e do design mais agradável. Então você deve levar isso em consideração na hora de escolher um microfone.

XDM-100

Já o XDM-100 é algo totalmente novo para mim. Nunca, como mostrei acima, tinha usado um microfone dinâmico. E como a RØDE também enviou um PSA1+, pela primeira vez pude utilizar um microfone preso a um braço articulado — o que é incrivelmente fácil e simples, já que basta plugar o cabo USB-C no Mac, puxar o braço para a posição de gravação e começar a gravar. Ou seja, nada de guardar e pegar o microfone toda semana.

O visual dele também me agrada demais — diferentemente do XCM-50, ele não vem com um tripé e precisa necessariamente ser usado com um braço desses. No mais, ele também usa um conector USB-C e vem com um shock mount (PSM1), com um pop shield (aquela “espuma” para colocar em cima do microfone que ajuda a evitar sons pipocados) e um cabo de headphone.

Especificações dos microfones

Antes de entrar nesse ponto, vale uma explicação um pouco mais técnica sobre as diferenças entre os dois microfones. O C do XCM significa condenser (condensador), enquanto o D do XDM faz referência a dynamic (dinâmico).

Eu não sou uma pessoa do mundo do áudio, muito menos um especialista. Mas, pesquisando um pouco sobre o assunto, é fácil entender a diferença entre um microfone condensador e um dinâmico. Para começar, precisamos entender o que é um microfone — e, de forma muito resumida, trata-se de um aparelho que converte som em um sinal elétrico.

Os microfones têm um mecanismo que capta uma onda sonora nas suas diferentes variações de pressão do ar — o que dá volume, tom e vibrato de uma voz —  e a converte num sinal elétrico que é reproduzido num sistema que faz o processo inverso, ou seja, transformando esse sinal em ondas sonoras.

A diferença entre um microfone condensador e um dinâmico está justamente na forma como eles captam essa onda sonora: um microfone condensador usa a vibração de um diafragma como um dispositivo condensador; já um dinâmico usa uma bobina de fio metálico suspensa num campo magnético.

Por conta da própria natureza deles, os dinâmicos são mais versáteis e resistentes, mas são menos sensíveis que os condensadores. Além disso, os condensadores, por serem mais sensíveis, em teoria conseguem captar muito mais ruídos e, por isso, são indicados para uso em ambientes acústicos mais controlados. Desta forma, os dinâmicos acabam sendo mais usados em nas situações que você não tem tanto controle do ambiente.

Analisando essa explicação técnica e pegando o meu cenário de uso (gravação de podcast numa casa barulhenta, com carros passando na rua e outros barulhos que eu não controlo), faz muito mais sentido o uso de um microfone dinâmico do que um condensador.

Só que a parte técnica não para por aí, já que você tem microfones cardioides (recebe ondas sonoras na direção em que o microfone está a ser apontado), omnidirecionais (captam o som de todo o lado à volta do microfone) e bidirecionais (absorve fontes sonoras diretamente à frente e atrás do microfone), por exemplo — você pode ter uma ótima experiência com um condensador cardioide gravando nas condições que eu citei, por exemplo.

Bem, finalizada essa parte técnica mais abrangente, vamos aos microfones em si!

XCM-50

Falando das especificações técnicas do XCM-50, ele segue o padrão cardioide mencionado acima, com direito a um pop shield (para evitar aqueles sons de pipoco quando a pessoa está com a boca muito perto do microfone) e um shock mount (uma espécie de estabilizador) interno.

Ele conta ainda com um conector USB-C de 24 bits/48kHz, trabalha na frequência 20Hz/20kHz, e tem uma saída de áudio de 3,5mm com latência zero (com controle de nível e botão de mudo).

O microfone pesa, como disse acima, 492g e mede 62x42x118mm (sem o tripé).

XDM-100

O XDM-100 também segue o padrão cardioide, conta com um conector USB-C de 24 bits/48kHz, trabalha na frequência 20Hz/20kHz, e tem uma saída de áudio de 3,5mm com latência zero (com controle de nível e botão de mudo). Por ser dinâmico, ele tem uma rejeição de ruído de ambiente superior, pesa 700g e mede 52x213mm.

Qualidade de áudio

Aqui, eu diria que é a parte mais subjetiva do review. Isso porque eu não sou um especialista em áudio para opinar de forma tão detalhada sobre as nuances da captação desses microfones. O que eu posso garantir é que são microfones de qualidade e que, ajustados corretamente para o seu ambiente, não lhe deixarão na mão.

Para comprovar a minha afirmação acima, pedi a ajuda do Edu Garcia (editor do MacMagazine no Ar), perguntando o que ele achava dos microfones logo após gravarmos algumas edições do nosso podcast.

Por anos ele editou a minha voz captada pelo MiC Plus e, logo depois de eu gravar um podcast com o XCM-50, perguntei se ele achou a captação superior ou inferior. Eis a resposta do nosso especialista:

Não existe pior nem melhor. São timbres diferentes de dois microfones muito bons. Então é questão de timbre. Eu gosto muito do agudo do Apogee (ele tem um agudo muito limpo, muito claro, muito cristalino) mas esse atual ele tem uma presença maior, sabe? A parte médio-grave e grave muito boas. Então é questão de timbre. Aí entra em gosto pessoal, pois são dois microfones de qualidade muito boa. Eu não consigo definir qual é o melhor, é gosto pessoal. Os dois são excelentes — tem gente que prefere uma voz mais encorpada, uma voz de locutor, e tem gente que gosta mais de um agudo muito bom, mais cristalino, natural. Mas os dois são excelentes.

Essa análise do Edu foi feita comparando dois microfones condensadores (de uma mesma categoria). Mas focando apenas nas especificações técnicas dos microfones, pensando no meu ambiente de gravação de podcast, faz muito mais sentido um microfone dinâmico, como o XDM-100.

E depois de alguns testes com o XCM-50, eu passei a usar apenas o XDM-100 nas gravações semanais. A qualidade do áudio ficou superior? Muito difícil dizer. Eu, particularmente, me sinto mais confortável com o XDM-100 por conta da forma como ele fica posicionado na minha mesa (usando o braço articulado). Acho que ele fica mais encaixado, mais próximo à minha boca e, consequentemente, melhorando a captação. Em tese, a capacidade dele de não captar ruído ambiente também seria algo muito vantajoso para mim, que moro no primeiro andar e sofro com barulhos de carros, cachorros e de pessoas passando próximas à minha janela.

Mas veja que, como todos esses microfones são de ótima qualidade, no fim a captação fica bem próxima uma da outra. Eu realizei um teste aqui em casa, basicamente no mesmo momento, com os três microfones para vocês conferirem. Não fizemos nenhum processamento nos áudios, apenas normalizamos o volume deles:

MiC+
XCM-50
XDM-100

Aos interessados em tentar analisar as diferenças dos microfones em gravações reais, saiba que eu usei o XCM-50 em dois episódios do MM no Ar: o #499 e o #508 (esse em condições do ambiente ainda menos favoráveis). O XDM-100 eu usei em todos os podcasts a partir do #500 (com exceção, é claro, do #508). Já o Apogee foi o microfone utilizado em basicamente todos os outros episódios (com exceção de um ou outro que gravamos durante o MM Tour, em coberturas de lançamentos de iPhones e lá no começo do podcast, quando eu ainda usava os EarPods dentro de um banheiro para gravar o podcast e não acordar a casa). 🤣😝

Conclusão

O ponto, aqui, é que o Apogee custa US$259, enquanto o XCM-50 sai por US$149 (ou seja, 42% mais em conta) — lembrando que eles fazem parte de uma mesma categoria. Já o XDM-100 tem preço sugerido de US$249 (ainda mais em conta que o Apogee). Nenhum deles é vendido no Brasil (pelo menos não oficialmente), vale notar — por isso o comparativo de preços em dólares.

Então, num comparativo direto, se para você o timbre é indiferente e portabilidade não é algo tão necessário assim, sem dúvida o XCM-50 é a escolha por conta do menor custo e do visual mais interessante.

Agora, se você grava apenas em casa ou num escritório/estúdio e quer ter um setup fixo mais confortável, o XDM-100 é a escolha — eu estou usando ele e fiquei muito satisfeito com o meu atual setup de áudio.

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