Lá no começo de 2010, quando o Windows Phone 7 ainda era um projeto da Microsoft, ele dispensaria recursos como copy & paste, multitarefa e Flash Player. Agora, enquanto trabalha no Windows 8, sistema que rodará tanto em PCs quanto em tablets, a Microsoft divulgou que, assim como no Mobile Safari do iOS, o Internet Explorer 10 que rodará em tablets não contará com plugins, ou seja, nada de Flash Player para o Windows 8 Metro.

Segundo a empresa, a experiência oferecida pelos plugins não é adequada ao estilo de navegação do Metro (nova interface sensível ao toque construída para o Windows 8) e com a web moderna criada com o padrão HTML5 — o suporte a plugins continuará na versão desktop do sistema operacional. Dean Hachamovitch, chefe da equipe do Internet Explorer 10, disse que a não-adoção do Flash Player melhora o consumo da bateria dos gadgets, além de trazer mais segurança, confiança e privacidade para consumidores.
“Plugins foram importantes no início da história da web. Mas a web já percorreu um longo caminho desde então com HTML5. Oferecendo compatibilidade com o legado tecnológico desses plugins estaríamos prejudicando, em vez de melhorando, a experiência de navegação do consumidor na interface Metro”, observou Hachamovitch.
A Microsoft não só tomou a decisão como também pesquisou o quanto ela afetaria a navegação do usuário. A equipe do IE examinou 97 mil sites relevantes ao redor do mundo e concluiu que 62% dos que usam Flash possuem também uma alternativa em HTML5. Outros plugins que não o Flash Player são praticamente irrelevantes, já que, de acordo com a pesquisa, são usados em apenas 2% dos sites analisados.
Como sabemos, a Apple decidiu não suportar o Flash Player em seus iGadgets justamente pelos motivos expostos por Hachamovitch: consumo de bateria e segurança. Muito criticado pela atitude (o mercado e a Adobe queriam, por que queriam que a Apple suportasse o plugin), Steve Jobs escreveu uma carta aberta explanando todos os motivos pelo qual o Flash, do jeito que é, não foi e não será implementado no iOS. Além disso, a Apple não cansa de promover o HTML5, inclusive através de uma página dedicada para tal fim em seu site.
Apesar de tablets de outras fabricantes rodarem Flash Player, é sabido que a experiência não é das melhores — sinceramente, muitas usam isso apenas como uma vantagem competitiva na hora da divulgação do produto (“Eu tenho, você não tem”). No final das contas, o Flash Player pode até fazer falta, mas não é nada difícil viver sem ele, e não é à toa que o iPad possui 85% de preferência entre os entrevistados em uma pesquisa realizada pela RBC Capital Markets.
Agora, a pergunta que não quer calar: será que alguém hoje na indústria teria a coragem de Jobs para fazer o que ele fez? É por essas e outras que ele fará falta. Como foi muito bem colocado por Guy English, “Estão escrevendo muita coisa sobre a saída de Steve Jobs da Apple. Estou mais preocupado com Steve saindo da indústria.”
[via AppleInsider, Daring Fireball]