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Resenha: olhando de perto as principais inovações do iPhone 4

É fácil para mim, em um blog sobre Apple com mais de dois anos de trabalho nas costas, falar para você comprar o iPhone 4 agora — para quem tem menos experiência, talvez seja mais, ou menos, depende de pessoa para pessoa.

Colaboraram: Breno Masi (@macmasi) e funcionários da FingerTips

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Seria possível medir o efeito negativo que a revelação de um protótipo de produto pode surtir em seu sucesso no mercado? Ao ver o design de um novo iPhone no Gizmodo, muitos disseram que não comprariam um aparelho na época considerado “feio”, sem nem antes esperar e olhar melhor de perto os demais benefícios que ele ofereceria ao ser anunciado pela Apple. Pelo que pude notar ao observá-lo de perto, dá pra entender por que um smartphone tão prejudicado por um vazamento industrial foi do fracasso ao sucesso em apenas algumas semanas.

Obviamente, deve ficar claro que nada no iPhone 4 é necessariamente revolucionário. As novidades e melhorias que destacaremos a seguir são resultado de um trabalho bastante dedicado da Apple, mas que está aí para ser colocado à prova contra outros produtos de um segmento que está cada dia mais inovador como um todo. Com isso claro, podemos explorar melhor o que faz do novo celular da Apple um produto interessante, que não revoluciona o mercado em que atua, mas ainda assim impressiona.

Design

Avaliar o design do novo iPhone requer uma boa explicação de uma série de aspectos que compõem sua estrutura interna e externa, mas basicamente é possível explorar o visual geral do aparelho com base em dois tópicos; o primeiro deles é o resultado final da sua construção.

Aqui vale destacar a importância de preferências pessoais antes de falar qualquer coisa sobre ele: nem todos acharão o iPhone 4 bonito, mas é impossível negar a precisão de seu acabamento — duas camadas relativamente espessas de vidro resistente — uma na frente e outra na traseira — dão a impressão de que o aparelho é bastante robusto ao ser segurado com a mão (embora a sensação de conforto tenha diminuído um pouco em relação aos modelos anteriores), enquanto a estrutura em aço inoxidável o fez herdar o design unibody da maioria dos Macs que atualmente estão à venda.

Caixas do iPhone 4 em dois países diferentes:
a diferença entre a americana (esquerda) e a francesa (direita) é notável

“Mas e as fendas horrorosas?“ Calma… Pra começo de conversa, elas não existem. O que muitos pensaram serem fendas na verdade são só linhas pretas ao redor da estrutura do aparelho que, como já sabemos, também faz parte do seu sistema de antenas. É claro que a presença delas é evidentemente notável, mas não há por que criar pânico em torno disso: no geral, o visual do novo smartphone realmente faz jus aos designers que o idealizaram.

Entretanto, design não é algo composto apenas de visual, mas também de um correto funcionamento, e isso é uma das coisas que tenho criticado desde que a primeira pessoa que recebeu o smartphone relatou problemas de recepção de sinal. Sejamos francos: por mais que o iOS seja multifuncional e a App Store seja uma comunidade de apps inigualável, se você compra um iPhone, é porque vai usá-lo como celular. E se alguns já reclamavam disso nos Estados Unidos desde o ano passado por causa dos problemas sofridos pela operadora de lá, a Apple tornou um certo desconforto causado por eles comum em qualquer um dos seus smartphones novos… em termos.

Digo isso porque o iPhone 4 realmente possui antenas sensíveis ao toque: dependendo de como você o segura, colocando o dedo sobre uma linha preta situada no lado esquerdo, dá pra constatar uma perda considerável de sinal pelo indicador no alto da tela. Acredite, nós testamos isso:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=UWXZLNWRwt0[/youtube]

Porém, os efeitos disso podem ser variados — ou seja, nem sempre suas ligações vão cair, conforme disseram em uma conversa supostamente falsa com Steve Jobs. Tudo depende da qualidade geral do sinal na sua região: testamos ligações em diferentes lugares, e em áreas onde o sinal geral é relativamente baixo, as ligações de fato caíam constantemente. Mas, do contrário, a atenuação não interfere muito na qualidade geral das chamadas, que na maioria dos casos saíram bem melhores do que no iPhone 3GS graças à preocupação da Apple com cancelamento de ruído através de um segundo microfone — além disso, a recepção de áudio pelo alto-falante também melhorou muito.

Nós esperamos que as promessas de correções da Apple realmente diminuam as duras críticas com relação a esse assunto, o que fará com que nem lembremos dele daqui a um tempo. Muitos nem falam mais que experimentam problemas de ligação em iPhones 3G, e, assim como o iPhone 4, eles também tiveram essas anomalias corrigidas via software. Quando você puder comprar um dos novos celulares da Apple no Brasil, essas situações já terão deixado de ser o centro das atenções da mídia.

Retina Display

Telas de alta resolução em smartphones são uma realidade fora do iPhone há muito tempo, sendo o Android um dos sistemas operacionais móveis que as popularizaram em diferentes padrões. Há vários aspectos do Retina Display que também merecem destaque, mas o primeiro deles é um que muitos não repararam: uma preocupação crítica da Apple ao incluir uma tela de maior densidade de pixels em seu novo celular foi certificar-se de que ela mantém a mesma proporção (3:2), eliminando todas as preocupações em distribuir apps para aparelhos com telas de diferentes tamanhos.

A precisão com que o Retina Display exibe imagens é sem precedentes. Graças ao uso da tecnologia IPS, a mesma qualidade de imagem é obtida em praticamente qualquer ângulo.

Mas é claro que isso não é tudo o que faz do Retina Display uma boa adição para o iPhone 4. A resolução de 326 pixels por polegada dá muito mais detalhes para qualquer elemento exibido — especialmente textos —, o que torna o aparelho perfeito para leitura. Ademais, imagens e vídeos também ficam bastante interessantes de se ver na nova tela, mas o tipo de calibração que ela possui pode desagradar um pouco a quem gosta de cores mais vibrantes, conforme já foi relatado em testes.

Acima, comentei brevemente que o Retina Display elimina alguns problemas ao distribuir aplicativos adaptados para telas de diferentes dimensões, mas o mesmo não pode se dito com relação ao conteúdo geral da maior parte dos apps da App Store ao serem escalonados para 640×960 pixels (a resolução padrão de iPhones 4). Embora a Apple tenha dito que texto e gráficos vetoriais serão portados da resolução antiga para a nova automaticamente, o mesmo não pode ser dito com relação a imagens, vídeos e até gráficos tridimensionais empregados em aplicativos ou jogos.

Por eles terem sido criados para telas com menor densidade de pixels, todo o conteúdo nas categorias listadas acima fica estourado. Aliás, até os ícones de muitos apps ficam estranhos na tela inicial do iPhone 4. Esses “defeitos” são relativamente fáceis de consertar, mas aqui entra o comprometimento dos desenvolvedores em fazer isso a curto prazo. A documentação da Apple e algumas sessões da WWDC 2010 ofereceram conteúdo para ajudar nessas tarefas, e tudo está disponível para eles de graça já faz algum tempo.

Performance e hardware

Nós vimos benchmarks bem precisos — número a número — da performance do Apple A4, e eles mostraram um aprimoramento significativo da performance do iPhone 4 em relação à do 3GS, que já era um telefone veloz. Em nossos testes, mesmo que não tenhamos feito medições precisas de velocidade em tarefas comuns, o novo smartphone traz um aumento sensível de desempenho, especialmente ao lidar com coisas mais complexas, como jogos, animações e execução de JavaScript no Mobile Safari, o que faz web apps rodarem bem mais rápido.

Mas o que torna o A4 bastante importante para o iPhone 4 é a sua eficiência energética, fazendo com que a bateria dure muito mais. Para pessoas que usavam o modelo 3GS ativamente o dia todo e a bateria do aparelho praticamente se esgotava, mudar para o novo celular da Apple representará uma melhoria de 30% a 40% em autonomia de bateria, o que é bastante importante para quem depende dele no trabalho e ainda quer ter alguns momentos de lazer lendo livros, ouvindo a músicas e por aí vai.

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Outros destaques do hardware do iPhone 4 são a adoção dos padrões 802.11n para redes Wi-FI (apenas 2,4GHz, não 5GHz) e do Micro SIM, para uso de chips GSM de menores dimensões. Este último não deve ser encarado como um problema, especialmente agora que a Vivo oferece Micro SIMs à disposição do público para iPads, assim como para iPhones 4. Quando for comprar um novo celular da Apple, você não precisará cortar seu atual chip de jeitos loucos.

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Já o giroscópio é um componente perfeito para fins de entretenimento. Não só jogos ganham novas possibilidades de interação com a maior sensibilidade a movimentos, mas acreditamos que produtos de realidade aumentada poderão oferecer novas facilidades de manipulação para os usuários, graças à possibilidade de detectar rotação perpendicular ao eixo da gravidade.

Câmera e iMovie

Embora as novidades de software tenham sido mínimas (basicamente controles extras para flash e câmera frontal), o sistema de câmera do novo iPhone 4 foi recriado com melhor hardware em mente, mas oferecer uma quantidade massiva de pixels não foi necessariamente o foco disso. A câmera traseira de cinco megapixels não tira fotos com a mesma resolução que outros smartphones mais recentes, mas a qualidade das imagens geradas por ela é muito maior em diversas condições de iluminação.

Isso é possível graças a uma série de preocupações tomadas pela Apple para garantir que os pixels capturados pela lente da câmera tenham a melhor precisão possível, e algumas delas nem são consideradas por outras fabricantes — com exceção do flash LED, que muitas já adotaram no passado para aprimorar a iluminação dos locais a serem fotografados. Para você ter uma ideia prática do que estou falando, dê uma olhada em algumas imagens capturadas com o aparelho:

Adicionalmente, a câmera frontal incluída pela Apple também é muito boa para as pessoas tirarem fotos de si mesmas (isto é, se elas ligarem para isso :-P), mas não oferece a mesma qualidade da traseira por questões de espaço, provavelmente. No entanto, ela ainda é muito boa, suportando controle de luminosdade e fácil alternação para a outra câmera no mesmo aplicativo, com apenas um toque.

Quando chegamos a vídeos, a maior novidade é a gravação em alta definição, algo que o iPhone 4 faz em HD 720p com 30 quadros por segundo, tirando proveito de todas as inovações concentradas na câmera. No aspecto do software, a coisa é bem similar ao do atual iPhone 3GS para edição básica de clipes no rolo de câmera dos aparelhos e envio para o YouTube ou via email e MMS, embora nenhum desses métodos de compartilhamento suporte vídeos em alta definição, mesmo via Wi-Fi, por enquanto.

Para complementar o nível básico de edição oferecido pelo iOS 4, a Apple criou uma versão totalmente nova do iMovie adaptada para o iPhone 4, cujos recursos passei um bom tempo explorando. Em alguns pontos, ela é bem fiel ao seu último lançamento para o Mac OS X, de forma que é possível editar filmagens e criar bons filmes caseiros de forma bastante rápida.

Assim que criar um novo projeto, é possível filmar diretamente do aplicativo e incluir as gravações em um projeto do zero, mas também é possível importar vídeos, músicas e fotos das suas bibliotecas de mídia e do iPod. Clipes podem ser cortados ao gosto dos usuários, fotos podem ser personalizadas com um efeito ken burns (bem tradicional, aquele em que a foto é manipulada no filme de um ponto a outro) e títulos e transições bem simples podem ser adicionadas em qualquer ponto do vídeo. Não se trata de nada muito inovador, mas bem legal para ter no bolso e poder dispensar o desktop ou notebook.

Após criar o seu filme, é possível exportá-lo em três tamanhos diferentes na tela inicial de projetos. Curiosamente, o projeto em si não pode ser enviado para um Mac, o que permitiria uma edição mais caprichada que infelizmente não é possível no iPhone 4 por enquanto, em função das suas limitações de recursos. O iMovie para iPhone não possui a mesma seleção vasta de temas, efeitos visuais e transições, de forma que enviar um projeto para o Mac talvez não permitiria que ele fosse enviado de volta para o smartphone. No entanto, o futuro está aí para provar o contrário, então o jeito é esperar.

Enfim, falamos demais de vídeos e ainda não mostramos nada em ação para vocês. Bom, elaboramos esta resenha em um apartamento no momento, e não deu para sair e fazer filmagens em diversos ambientes. Só tem um cachorrinho doido perambulando por aqui:

[vimeo]http://vimeo.com/13075137[/vimeo]

iOS 4 e iBooks

O sistema operacional móvel mais avançado lançado pela Apple até hoje realmente se desempenha muito bem no novo iPhone, da mesma forma que ocorre com os demais gadgets da empresa. É possível tirar proveito das principais novidades do hardware do aparelho em todos os aplicativos que vêm nele por padrão, sem falar que alternar entre deles rapidamente é uma tarefa fácil para o sistema de multitarefa associado ao Apple A4 e sua capacidade de memória.

Não pretendo usar esse tópico para detalhar o iOS 4 novidade por novidade, já que você provavelmente está com ele há alguns dias no seu gadget (claro, isso se você for dono de um) e tudo isso já foi feito no MacMagazine. Mas gostaria de apontar algumas coisas importantes, especialmente no sistema de multitarefa.

De fato, ele é muito bom e possibilita uma capacidade sem precedentes de alternação entre aplicativos no iOS, além de ter maior controle sobre determinadas tarefas, como música, voz sobre IP (VoIP), geolocalização e envio de notificações, entre outras. Mas há desenvolvedores que ainda demandam algo com maior flexibilidade, e eu devo concordar com eles.

Marco Arment, por exemplo, acredita que a Apple deveria fornecer recursos mais flexíveis de manipulação de conexões, que pudessem atualizar apps como Twitter, Instapaper e Facebook automaticamente em segundo plano, com o consentimento do usuário. Há mais aplicações importantes como essas, mas acredito que algo assim beneficiaria muitos aplicativos.

Além de limitações técnicas, o iOS 4 também apresenta alguns probleminhas bem esquisitos. Um número considerável de jogos que testei mostraram apenas uma tela preta após serem reabertos do segundo plano, e só voltaram a funcionar depois de o aparelho ser reiniciado à força. Uma consulta a alguns fóruns de suporte indica que esses são apenas casos isolados, mas no meio dos aplicativos que apresentaram tal problema estão até jogos criados exclusivamente para o iOS 4, como o Eliminate:GunRange, que tira proveito do giroscópio para proporcionar controles bem diferentes dos de outros jogos de tiro.

Já no que diz respeito ao iBooks, foi interessante ver que um app tão versátil para o iPad foi perfeitamente adaptado para o iPhone 4. Com exceção do tamanho da tela, notei que tudo o que estava na experiência de leitura da tablet foi perfeitamente adaptado para os demais gadgets da Apple, incluindo as novidades interessantes que a Apple adicionou no final do mês passado com base na opinião de muitos usuários.

É possível favoritar páginas, destacar trechos do texto e criar notas, que são sincronizados para todos os gadgets que você possui com o iOS 4 associado à sua conta na iTunes Store, em conjunto dos seus livros baixados de graça e suas compras, é claro. E, por falar nelas, foi interessante notar que é possível baixar amostras de ebooks gratuitamente e, caso você decida comprar os títulos em questão, há um esquema de compras dentro delas mesmas.

It’s FaceTime!

Que sentido teria uma câmera frontal num celular sem a possibilidade de vídeo-chamada, não é mesmo? Mesmo sem estar oficialmente disponível no Brasil, o iPhone 4 teve sua principal novidade analisada durante os meus testes com ele, e confesso que fiquei bem satisfeito com o que ele oferece neste sentido.

Conversar via vídeo com outras pessoas é possível há muito tempo em diversos celulares: não dá para negar isso. Contudo, embora ninguém tenha dito o que estou prestes a falar agora, essa tarefa é mais um exemplo de algo que a Apple demorou para incluir no seu smartphone por não ter encontrado o melhor jeito de fazer, assim como copiar & colar ou multitarefa (obviamente, tendo algumas ressalvas neste último caso).

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DfSE-aDp8I4[/youtube]

Bom, e qual seria o jeito certo de se habilitar vídeo-chamada em um celular? Simples: eliminando dificuldades tradicionais. Para fazer o FaceTime funcionar em iPhones 4, é preciso apenas ativar o aparelho e sair ligando para pessoas com aparelhos compatíveis onde haja uma rede Wi-Fi disponível. Assim que você faz a primeira ligação para eles, vídeo-chamadas podem ser feitas sem nenhuma interação com redes de telefonia móvel, incluindo no modo avião (com Wi-Fi ativado manualmente, depois).

A qualidade de áudio e vídeo varia de acordo com a estabilidade da conexão Wi-Fi de onde o usuário estiver, então não há como traçar um padrão e dizer que nenhum usuários terá problemas em usar o FaceTime — o mesmo valerá para quando for possível tirar proveito dele em uma rede 3G, por exemplo, algo previsto para 2011. Independentemente disso, nenhuma vídeo-chamada consome parte do seu pacote de dados 3G, graças ao fato de ser baseada em protocolos padrão da internet.

Mas é claro, o FaceTime também não escapa dos tradicionais probleminhas. Pelo que constatei, há uma espécie de diferença entre operadoras no caso da ativação do iPhone 4, sendo a Claro uma das empresas que não está fazendo isso por enquanto. Certamente isso deverá mudar até o seu lançamento oficial por aqui, mas, enquanto isso, quem comprar o novo smartphone no exterior e quiser usá-lo aqui terá de fazê-lo através da Vivo e da TIM, mesmo para conversas em vídeo fora da rede de qualquer operadora.

Já o segundo problema é uma questão que depende menos da Apple e mais de outras fabricantes de celulares. Quer a fabricante do iPhone goste ou não, é a boa vontade delas em aceitar o uso do seu padrão que tornará o FaceTime bem-sucedido. Eu não sei na cidade em que você vive, mas por aqui são poucos os que possuem gadgets da Apple, e os potenciais candidatos a trocá-los neste ano compõem um grupo ainda menor. Com base nisso, eu acredito piamente que não vai dar para comprar um iPhone 4 assim que for lançado por aí e sair usando a câmera para chamadas com qualquer um.

Há quem diga que a Apple pode reduzir a possibilidade de fazer pouco sucesso com o FaceTime por meio de integrações com o iChat, o iPod touch e/ou o iPad. Só que isso ainda é incerto, não é algo com que dê para contar em um futuro próximo. A esperança recai em quem se interessará pelo FaceTime como um recurso aberto a contribuições e deseje integrá-lo a aparelhos, o que aumenta as probabilidades de a função de vídeo-chamada da Apple se espalhar para nichos que não exijam um casamento com operadoras para se ter um bom celular — o que é difícil, mas você sabe o que dizem por aí sobre esperança (e também sobre paciência :-P).

Ainda na dúvida?

É fácil para mim, em um blog sobre Apple com mais de dois anos de trabalho nas costas, falar para você comprar o iPhone 4 agora — para quem tem menos experiência, talvez seja mais, ou menos, depende de pessoa para pessoa. Mas chego ao final desta resenha com um pensamento meio antigo em mente, que me faz lembrar de como terminei de analisar o iPad, em meados de abril.

Assim como naquele dia, eu vejo muita gente que vai adorar (ou já está adorando) o novo smartphone da Apple, mas haverá muitos que o evitarão em virtude de problemas que já discutimos, ou até por outros motivos que eu não conheça (ainda, comentários estão aí para isso). Bom, de uma vez por todas:

  • Considere a compra do iPhone 4 se você quiser ter uma pequena estação digital sempre à mão. Algo que você possa usar para se comunicar dentro de um ambiente de trabalho onde há Wi-Fi e que ofereça enorme flexibilidade para fazer diversas coisas de uma vez, sem se preocupar com performance ou autonomia de bateria. No geral, o hardware e o software do aparelho funcionam muito bem para fazer qualquer coisa e resistem muito mais do que um dia inteiro, então não se acanhe em dar uma chance a ele quando puder.
  • Além disso, considere que o novo iPhone é um produto em que você poderá carregar registros de alguns dos grandes momentos da sua vida com você, pois o que sai da câmera dele fica bem legal de mostrar na TV gigante da sua sala — a não ser que você seja muito aficcionado por detalhes. Minha melhor amiga admitiu que compraria esse smartphone para usar bastante como filmadora, e eu apoio quem queira fazer isso — assim como a Apple, que agora tem um software relativamente bom para editar vídeos na telinha do seu celular. Mas compre e use: não faça como quem tem uma câmera boa em um celular qualquer há anos e mal sabe onde ela fica — ou fica se divertindo com um cão em um apartamento, como eu. 😛
  • Por outro lado, se você tem preocupações sobre falar no local onde mora (seja por questões de sinal ou sobre a forma como segura naturalmente seu telefone), fique atento ao que os relatos sobre perda de sinal e até onde eles serão levados em consideração pela Apple — não emails de Steve Jobs, pelo amor de Deus. Caso não queria esperar por isso quando o iPhone 4 estiver disponível, considere a compra de uma capinha: não é nada de mais para diminuir os problemas de sinal que muitos alegam ter, sem falar que ainda vai proteger seu celular de muita coisa.

Ah, e uma última coisa: esperar não custa nada. Você pode sair atrás de um smartphone novo da Apple em qualquer país, mas muitos já estão com ele esgotado. Mas acho que isso já deixou de ser uma coisa cuja enorme pressa a se adquirir é necessária: esperando ele ser lançado no Brasil, você pode analisar melhor os preços, ver como anda a situação dos primeiros problemas descobertos e terá uma experiência bem mais tranquila. Quem o criou não quer que você passe por complicações: não é preciso tentar afirmar o contrário, neste caso.

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