Um novo estudo sobre privacidade realizado pela Universidade de Aalto (na Finlândia) chegou à conclusão de que é muito difícil para os usuários interromper o compartilhamento de dados nos aplicativos nativos em dispositivos da Apple — o que vai de encontro ao ideal público da empresa relacionado ao tema.
A pesquisa se concentrou em oito aplicativos/serviços dos sistemas — Safari, Siri, Compartilhamento Familiar, iMessage, FaceTime, Serviços de Localização, Buscar (Find My) e Touch ID —, com os pesquisadores coletando todas as informações relacionadas à privacidade disponibilizadas publicamente pela Apple.
O chefe do departamento de ciência da computação da Aalto, Janne Lindqvist, destacou que as interfaces dos sistemas da Maçã dificultam que os usuários saibam o que está acontecendo. Desativar a Siri na tela de configuração principal, por exemplo, significa desativar a ativação da assistente por voz, mas ela continua coletando e compartilhando dados em background — a menos que o usuário saiba exatamente como desativar isso nos Ajustes.

Um outro pesquisador da Aalto, Amel Bourdocen, destacou que as instruções online para restringir o acesso aos dados “são muito complexas e confusas”, com as etapas espalhadas em diferentes locais: “Não há uma direção clara sobre se deve ir às configurações do aplicativo, às configurações centrais — ou mesmo ambos”, opinou.
Em um experimento com usuários, os pesquisadores descobriram que a maioria não conseguiu impedir que os aplicativos compartilhem seus dados com outros apps e que encontrar as configurações de privacidade é um caminho demorado, o que faz com que os usuários se percam facilmente.
O estudo lista uma série de sugestões sobre como a Apple poderia esclarecer melhor as configurações de privacidade e melhorar suas diretrizes: “A Apple poderia informar seus usuários muito mais claramente do que faz hoje”, opinou Lindqvist.
via AppleInsider