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Apps populares abusam de compras internas na Mac App Store

Há até casos se aproximando do ransomware na loja
Suíte Office na Mac App Store

Ao longo do último ano, Kosta Eleftheriou ganhou bastante notoriedade expondo aplicativos maliciosos ou golpistas para iPhones e iPads, disponíveis em plena App Store. Pois recentemente, o desenvolvedor Jeff Johnson fez uma denúncia semelhante — desta vez, entretanto, relacionada a aplicativos para Macs.

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Mais precisamente, Johnson apontou para uma desenvolvedora específica, a Fokusek Enterprise, que oferece apps (aparentemente) gratuitos e vários deles deveras populares: o Docs Pro for Google Drive e o GCalendar for Google Calendar estão, atualmente, nas posições 39 e 41 do ranking de apps gratuitos mais baixados da App Store nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, esse e outros aplicativos da desenvolvedora — como o Openly a Link — figuram também no ranking de apps mais lucrativos da Mac App Store dos EUA. A princípio isso não seria nenhum problema, considerando que a prática de aplicativos gratuitos que oferecerem compras internas é quase tão antiga quanto a própria loja. O problema é a forma como isso é feito.

Ao baixar os apps da Fokusek Enterprise, os usuários são recebidos imediatamente com uma tela estática informando que uma compra interna, quase sempre de US$10 (ou R$55), precisa ser feita para desbloquear o app — sem uma versão gratuita de recursos limitados, sem período de testes… nada.

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Para piorar, uma vez realizada a compra interna, a funcionalidade dos apps em si fica bem abaixo do prometido: o Openly a Link, por exemplo, promete uma forma simples de abrir qualquer URL no navegador da sua preferência, mas na realidade simplesmente coloca um ícone na sua barra de menus possibilitando que você alterne o navegador padrão do sistema. Já o Upload and Share for Dropbox permite que você faça uploads rápidos para a sua conta do serviço de nuvem… algo que o próprio cliente do Dropbox já permite, de forma gratuita — e não cobrando R$85 para isso.

Indo para além da Fokusek Enterprises, as coisas ficam ainda piores: o aplicativo My Metronome, da Groove Vibes, opera com o mesmo comportamento — gratuito, porém com a exigência de um pagamento na primeira abertura. A diferença é que, aqui, a janela do app sequer pode ser fechada caso você não pague: é necessário ir ao ícone do aplicativo no Dock e forçar o seu encerramento, algo que nem todos os usuários têm o traquejo de fazer. Ou seja, estamos falando de algo muito próximo de um ransomware sendo distribuído legitimamente na App Store.

Voltando à Fokusek, o iMore entrou em contato com a desenvolvedora e o seu CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo., Tiberiu Prioteasa, afirmou que a estratégia utilizada pela empresa “é a mesma de grandes companhias como a NordVPN e a Microsoft”. Ele notou ainda que seus apps (e métodos de comercialização) foram aprovados pela Apple, e todos atestam em suas descrições que não são aplicativos gratuitos. Ainda assim, após as críticas, a desenvolvedora planeja incluir um período gratuito de testes nas suas aplicações.

Resumindo: os problemas continuam. Vamos ver se as novas denúncias surtirão algum efeito.

Notas de rodapé

  • 1
    Chief executive officer, ou diretor executivo.

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