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Apps de rastreamento da COVID-19 enfrentam problemas de adoção ao redor do mundo

Pense rápido: quantas pessoas no seu círculo social sabem da existência do app brasileiro?
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Coronavírus

Quando a Apple e o Google se juntaram para criar a API de alerta de exposição ao novo Coronavírus (COVID-19), as reações iniciais foram mistas: agentes da área de saúde pública (em sua maioria) elogiaram a iniciativa e alguns países aderiram à tecnologia rapidamente, mas grupos de privacidade digital apontaram alguns problemas na API e outros países torceram o nariz para a coisa toda.

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Meses depois, os problemas parecem estar basicamente resolvidos: Apple e Google ajustaram alguns parafusos na tecnologia para reforçar a privacidade, as críticas foram arrefecendo e vários países foram lançando seus aplicativos integrados à API, incluindo o Brasil. Só há um problema, agora: a taxa de adoção.

O The Markup publicou ontem uma reportagem traçando um mapa de como os países do mundo estão tirando proveito (ou não) dos seus aplicativos de rastreamento da COVID-19, e, pelo visto, os números não são lá muito positivos. Apenas dois territórios têm adoção alta das tecnologias: a Irlanda, onde o app local foi baixado 1,4 milhão de vezes (num país de 4,8 milhões de habitantes) e a Alemanha, com mais de 16 milhões de downloads (e população de 83 milhões).

O resto do mundo não traz números tão positivos — a maioria dos países ainda vê taxas de adoção abaixo daquelas consideradas ideais pela Universidade de Oxford. E olha que, segundo pesquisadores da instituição, a taxa de adoção nem precisa ser tão alta para que os apps representem alguma diferença na transmissão do vírus: segundo o estudo, basta que entre 20% e 40% da população adira à tecnologia para que ela faça algum efeito.

A reportagem não traz números do Brasil, mas por aqui as coisas parecem não estar nem próximas do ideal. A App Store não mostra números de downloads, mas checando a página do Coronavírus – SUS no Google Play, a loja limita-se a apenas dizer que o app tem “mais de 1 milhão de downloads”.

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Considerando que o mercado de smartphones brasileiros é dominado pelo Android, o número está muito abaixo dos 40 milhões de usuários considerados o mínimo para tornar o app efetivo. Também, pudera: a divulgação da existência do aplicativo (e da sua importância) é mínima nos canais oficiais do governo ou nos meios de publicidade.

E olha que, ao menos, nós temos um app para chamar de nosso: vários países que já anunciaram adesão à API ainda não lançaram nenhum app do tipo. O Reino Unido, por exemplo, tem armado uma verdadeira gangorra: o país começou dizendo que não adotaria a tecnologia e depois mudou de ideia, anunciando para breve o lançamento de um aplicativo integrado a ela. Os britânicos ainda nem sentiram cheiro do app, e uma matéria recente do The Times indicou que as autoridades de saúde estariam considerando desistir da API e lançar um app alternativo, levando em conta apenas dados pessoais e um “fator de risco” para cada usuário.

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Nos Estados Unidos, onde as taxas de contaminação e mortes ainda são consideradas altas, cada estado deverá desenvolver seu próprio app integrado à API das empresas. Até agora, entretanto, só dois (Alabama e Virgínia) lançaram suas soluções; vários outros têm aplicativos em desenvolvimento, mas ainda sem previsão de disponibilidade.

Ou seja: por mais que a intenção da Apple e do Google tenha sido boa, em pouco ela ajudará se as coisas se mantiverem nesse ritmo. Vamos ver como esses números se mostrarão nos próximos meses — e torcer para que, o mais breve possível, nenhum desses aplicativos seja mais necessário.

via AppleInsider

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