O melhor pedaço da Maçã.

Perfil explora origem e objetivos da Coalition for App Fairness

O grupo, que reúne Epic, Tile, Spotify e dezenas de outras empresas, está nos holofotes desde o ano passado
Coalition for App Fairness

Lá se vai mais de um ano desde que o mundo conheceu a Coalition for App Fairness (CAF), grupo composto por empresas como Epic Games, Spotify e Tile (agora Life360) para unir forças contra o suposto poder monopolista da Apple e as regras ditas abusivas da App Store. Desde então, a coalizão já apareceu por aqui inúmeras vezes, seja por seu crescimento rápido ou sua criação com… interesses bem direcionados, digamos assim.

Publicidade

Pois recentemente, um perfil no Protocol jogou mais luz sobre as origens do grupo, bem como seus interesses gerais e até mesmo a dose de conflitos internos que é inevitável a qualquer reunião de pessoas (e, no caso, empresas) com objetivos e áreas de atuação completamente distintas.

Os primeiros passos da CAF foram dados por Kirsten Daru, conselheira-geral da Tile, há cerca de três anos. A advogada já tinha defendido empresas em ações judiciais antitruste, mas mergulhou de cabeça no mundo das regulamentações antimonopólio após juntar-se à companhia de rastreadores que compete com o AirTag.

Foi numa audiência em Boulder (Colorado), em janeiro de 2020, que Daru — junto a CJ Prober, CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. da Tile — exigiu das gigantes tecnológicas um “campo de competição nivelado”, uma frase que acabou tornando-se símbolo da luta antimonopolista da CAF. Daí em diante, nasceu o grupo, com a junção de empresas como a Epic, a Basecamp e — eventualmente — o Spotify.

A CAF diz não ser um “veículo de litígio”, isto é, uma entidade criada simplesmente para fortalecer a Epic em sua batalha judicial contra a Apple. De fato, há conflitos internos em relação ao seu direcionamento: algumas das empresas integrantes defendem uma abordagem mais suave, enquanto outras preferem que o grupo seja agressivo e assertivo nas suas colocações e defesas — este lado, pelo visto, tem prevalecido até o momento.

Publicidade

O grupo também tem lobistas em várias câmaras em estados dos Estados Unidos e até mesmo em outros países: em novembro último, a CAF anunciou uma parceria com uma associação da Índia e conseguiu realizar uma conferência na Coreia do Sul — justamente na época em que o país aprovou a primeira lei “anti-App Store” registrada no mundo.

Obviamente, o poder de influência da CAF ainda não consegue se equiparar aos grupos de lobby e aos rios de dinheiro da Apple (ou do Google, ou da Amazon). Ainda assim, o grupo acredita na velha máxima de que a união faz a força — e de que as empresas menores juntas, defendendo interesses parecidos, podem ter muito mais influência do que com iniciativas individuais.

Publicidade

Os esforços, até o momento, têm dado certo — do contrário, não estaríamos ouvindo tantas notícias sobre regulamentações, investigações e propostas de leis para reduzir o poder das Big Techs.

O perfil completo do Protocol — que inclui ainda citações a Horacio Gutierrez, chefe de assuntos legais do Spotify, e outros nomes poderosos da CAF — pode ser acessado aqui. Para quem se interessa pelas maquinações de poder na luta antimonopólio, vale muito a leitura.

Notas de rodapé

  • 1
    Chief executive officer, ou diretor executivo.

Ver comentários do post

Compartilhe este artigo
URL compartilhável
Post Ant.

Apple Watch registra queda de idoso de 85 anos e avisa resgate

Próx. Post

Apple TV+: Globo de Ouro indica “Ted Lasso”, “CODA” e muito mais

Posts Relacionados