De acordo com informações do Euractiv, a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, se pronunciou sobre o anúncio de que a Apple Intelligence, conjunto de recursos de inteligência artificial generativa apresentado pela Maçã na WWDC24, não será lançado de início nos países da União Europeia.
Para ela, a decisão da Apple de adiar a novidade na UE é uma “declaração impressionante” do “comportamento anticompetitivo” da empresa, a qual alegou que a interoperabilidade exigida pela Lei de Mercados Digitais (Digital Markets Act, ou DMA) da UE poderia prejudicar a privacidade e a segurança dos usuários.
Ainda segundo Vestager, que deu as declarações em um evento do Forum Europa, o movimento da empresa para adiar a implementação da Apple Intelligence na Europa é uma demonstração “impressionante e aberta de que eles sabem 100% que essa é outra maneira de barrar a concorrência onde eles já têm um reduto”.
A DMA, vale recordar, prevê que sistemas ou recursos considerados gatekeepers (ou seja, que tenham um número de usuários maior que o limite estabelecido pela UE) estejam abertos à implementação de ferramentas por parte de empresas concorrentes — não apenas da empresa que faz e opera o sistema em si.
Acredita-se que isso possa abrir as portas para que a UE exija a permissão de um outro conjunto de recursos de IA no iPhone que não seja a Apple Intelligence — que está intimamente integrada ao hardware da empresa e conta com definições de segurança e privacidade específicas em relação a concorrentes.
Por o iOS ser um gatekeeper, a Apple já foi forçada a permitir a instalação de lojas de aplicativos de terceiros e abrir o NFC dos iPhones para empresas de pagamento concorrentes, por exemplo. Esses recursos, vale recordar, já existiam antes da aprovação da DMA — diferentemente do que está ocorrendo agora, com a Apple Intelligence.
via iMore