Muito tem se perguntado sobre como a Apple lidará com questões envolvendo privacidade na sua abordagem de inteligência artificial (IA). Isso porque a Maçã realizará parte do processamento de dados na nuvem — o que vai de encontro à abordagem on device tanto utilizada e defendida pela empresa, já que envolve o envio de dados dos usuários para data centers.
De acordo com uma reportagem do The Information, que ouviu quatro ex-funcionários da Apple familiarizados com o tema, a empresa usará uma abordagem conhecida como computação confidencial (confidential computing), a qual consistirá em tratar os dados envolvendo IA em uma espécie de caixa preta (black box) virtual, impedindo o acesso a eles mesmo durante o processamento.
Essa estratégia viria sendo trabalhada pela Apple há pelo menos três anos, no projeto interno conhecido como Apple Chips in Data Centers (ou ACDC), sobre o qual já falamos. Para permitir esse modelo de programação, a Maçã teria aprimorado seus projetos envolvendo a Secure Enclave, parte de seus chips responsável pela segurança dos dados.
Embora ainda existam alguns riscos, como a possibilidade de algum cracker ter acesso físico ao hardware (servidor) da Apple, a abordagem da empresa seria mais segura que qualquer coisa implementada por rivais como OpenAI e Google — o que permitiria à Maçã afirmar não poder fornecer nenhum dado de usuários em casos de intimações judiciais, por exemplo.
Não está claro como tudo isso funcionará, mas a matéria destaca que esse processamento confidencial de dados no backend poderá trazer outros benefícios futuramente — como dispositivos vestíveis mais leves, já que eles não precisarão de chips poderosos e poderão direcionar o processamento de dados diretamente para os servidores da Maçã.
via 9to5Mac