Em uma decisão no mínimo surpreendente, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos (National Labor Relations Board, ou NLRB) ficou do lado da Apple em um caso de grande repercussão envolvendo funcionários demitidos de uma loja de varejo, segundo uma nova reportagem da Bloomberg.
O caso, vale recordar, veio à tona no ano passado, quando a empresa demitiu cinco trabalhadores que ajudaram a organizar atividades sindicais na Apple Country Club Plaza, loja em Kansas City (Missouri).
Segundo a Apple, os colaboradores em questão foram demitidos por faltar ao trabalho, chegar atrasados e não marcar adequadamente sua presença. No entanto, o sindicato ao qual eles são afiliados — o Communications Workers of America (CWA) — alegou ao NLRB que os funcionários foram, na verdade, despedidos por conta dos seus esforços de sindicalização.
Os promotores do NLRB inicialmente rejeitaram as acusações, mas o sindicato interpôs um recurso o qual foi agora novamente rejeitado — uma vez que “as provas eram insuficientes para mostrar que o empregador [a Apple] despediu os empregados por causa das suas atividades sindicais e não por motivos comerciais legítimos”.
Um porta-voz do NLRB confirmou que o recurso foi negado, mas disse que ainda estava investigando outras alegações contra a empresa. No início deste mês, inclusive, o Conselho reiterou que a Apple interrogou ilegalmente funcionários em sua loja no World Trade Center, na cidade de Nova York.
Também neste mesmo fim de semana, os funcionários da Apple Towson Town Center (a primeira a se sindicalizar nos EUA) votarão sobre a autorização de uma greve antes de novas negociações com a Apple sobre salários, horas extras, licenças sem vencimento, benefícios de licenças e outras demandas.
